Se o Vasco se sentiu em casa ao pousar em Petrolina-PE, na tarde da última terça-feira, com uma recepção calorosa da torcida local, um jogador em especial tem motivos para se sentir ainda mais familiarizado com o ambiente do jogo desta quarta-feira, às 21h30, contra o Juazeirense, em Juazeiro-BA, pela segunda fase da Copa do Brasil. Destaque da classificação diante da Ferroviária na primeira fase, o goleiro Thiago Rodrigues tem família nas duas cidades e já recebeu uma palinha do que vai encontrar no Estádio Adauto Moraes.
Esta será a segunda vez do Vasco no estádio que é considerado trunfo para o Juazeirense. A estrutura acanhada e as condições do gramado que não favorecem o visitante ajudam a explicar o retrospecto do time em casa nos últimos cinco anos: 27 vitórias, 19 empates e apenas cinco derrotas. Para o goleiro, isso não pode servir de desculpa nesta noite.
- Já estamos sabendo da situação do gramado, Copa do Brasil é isso mesmo, tem essas questões que temos que passar por cima. A gente entende que é um fator que possa dificultar, mas não pode nos tirar do contexto que imaginamos. Temos que buscar a classificação - disse Thiago ao ge.
Em 2019, pela primeira fase da competição nacional, o Vasco arrancou um empate do Juazeirense nos minutos finais, com um pênalti convertido por Max Lopez. Foi um jogo duro. Desta vez o time não tem a vantagem do empate, que levaria a briga pela classificação para os pênaltis. Preparado para ajudar os colegas caso a decisão vá para as penalidades, Thiago acredita que não será necessário e vê o sistema defensivo em evolução e pronto para encarar o desafio.
- A gente prega respeito, no ano passado eles tiraram equipes do cenário nacional, e sabemos que os jogos da Copa do Brasil são peculiares. É outro campeonato, um jogo só, tem todo o contexto de campo envolvido, jogando fora de casa. Estamos confiantes no trabalho e prontos para fazer um grande jogo. O nosso setor defensivo está ganhando cara, é um dos mais fortes na equipe, os ajustes são constantes, temos que seguir evoluindo para buscar os objetivos - destacou o goleiro.
Daquele time que entrou em campo em Juazeiro em 2019, não há mais ninguém no Vasco. A equipe de 2022 tem a proposta, inclusive, de romper com o passado e preserva poucos rostos das últimas temporadas. Do lado do Juazeirense há três remanescentes: o goleiro Bruno, o zagueiro Emilio e o volante Waguinho, que é o capitão atualmente.
Se conta com o fator casa, o Juazeirense tem o desempenho recente como obstáculo para surpreender o Vasco. O time da casa não começou bem o ano, e até agora só tem uma vitória em sete jogos no Campeonato Baiano. É o oitavo colocado com seis pontos, um a mais que o Doce Mel, que está na zona do rebaixamento.
Outro obstáculo para os baianos é Thiago Rodrigues. Na última quarta-feira, o goleiro defendeu oito das 22 finalizações da Ferroviária e saiu de campo, em Araraquara, como grande responsável pela classificação.
O Vasco, mesmo em busca de regularidade na temporada, já cumpriu o primeiro objetivo do ano, que era a vaga nas semifinais do Campeonato Carioca. Em busca da classificação e da premiação de R$ 1,9 milhão para quem passar pela segunda fase da Copa do Brasil, o time de Zé Ricardo vai tentar reverter o trunfo dos baianos colocando um bom número de vascaínos no Adauto Moraes. A recepção no aeroporto é indício de que a torcida vai fazer o próprio caldeirão em Juazeiro.
- Para nós é muito importante esse contato com o torcedor, isso mostra o tamanho do Vasco e a reponsabilidade que é vestir essa camisa. Eu tenho familiares aqui em Petrolina e em Juazeiro, então é uma felicidade muito grande desfrutar disso - concluiu Thiago Rodrigues.
O Adauto Moraes tem capacidade pra cinco mil pessoas, mas apenas 30% do público, ou seja, 1.500 torcedores estão liberados para acompanhar o jogo no estádio, de acordo com decreto do Governo do Estado. Após o desembarque em Petrolina, o Vasco foi ao estádio no fim da tarde de terça para realizar o reconhecimento do gramado.