Sudeste x Nordeste
Achei que esse título cai bem para definir não só o confronto das finais da Copa do Brasil, mas principalmente, o comportamento dos cartolas, alguns treinadores, além de parte da mídia do eixo RJ-SP, contra Pernambuco, desde o episódio de domingo, envolvendo Náutico e Botafogo, nos Aflitos.
Gostaria de ter comentado a respeito antes, mas a correria esses dias me fez priorizar, logicamente, apenas informações sobre o Sport, que é o motivo de nosso blog. Porém, não vou me esquivar de tocar nesse assunto. Não importa se foi com um adversário do Leão, porque, na verdade, a coisa no Sudeste foi tomada de uma forma a generalizar a reação contra Pernambuco.
O que vimos nos Aflitos, domingo, foi um problema isolado, causado completamente por um jogador carioca folgado e descontrolado - o tal André Luís - que provocou a reação da Polícia Militar de Pernambuco.
Não estou aqui para defender a PM. No entanto, após todo o problema causado pelo zagueiro botafoguense - chute de garrafa e gestos obscenos para a torcida, além de xingamentos absurdos para a Policia, especialmente para a tenente Lúcia Helena - era de se esperar que houvesse aquela reação por parte de quem faz a nossa segurança nos estádios.
Aliás, segurança enérgica a que esses folgados dos times do Rio de Janeiro e São Paulo não estão acostumados. Conversei com um colega de TV de São Paulo, que me falou que a PM não manda em nada nos jogos de lá, porque os atletas são tratados como estrelas e fazem o que querem por lá.
Aí vem um maluco presidente da Federação Carioca sugerir que não haja mais jogos pelo Brasileirão no Recife, este ano. Aí vem um promotor do STJD indiciar o Náutico e a FPF - que manteve o portão dos vestiários fechado, por ordem da PM - quando todos viram que a confusão foi unicamente causada pelo zagueiro carioca. Aí vem Vanderlei Luxemburgo dizer em entrevista que é perigoso jogar em Pernambuco, posando de vítima.
O treinador do Palmeiras lembrou o episódio envolvendo seu time nessa Copa do Brasil, quando teve o ônibus atingido por uma pedra, por torcedores do Sport. Por que ele não menciona que o ônibus do Sport também foi atingido com pedras pela torcida do Vasco, na civilizada cidade do Rio de Janeiro?
Por que não se fala, no Sudeste, que os jogadores do Sport foram proibidos de aquecer no gramado, antes do confronto em São Januário, já que os vestiários foram trancados pelo Sr. Eurico Miranda? E a cola e a tinta que foram colocadas no vestiário por Miranda para que os jogadores do Sport passassem mal?
Não...o técnico do Palmeiras vem dizer, agora, que seus jogadores tiveram problemas estomacais, pondo em dúvida a alimentação oferecida no hotel em que se hospedaram, no Recife. Ele prova isso? E por que, só agora vem dizer?
Não se iluda, rubro-negro, os cartolas do Sudeste queriam um motivo para infernizar a vida do Sport nas finais da Copa, principalmente o jogo decisivo sendo no Recife. Encontraram. Até o quarto árbitro, que é sempre do estado onde se realiza o jogo, está ameaçado de ser de fora na semana que vem.
Coisas do futebol brasileiro, que é, cada vez mais, uma vergonha, graças a CBF, que fica no Rio de Janeiro, e é feita por torcedores dos times de lá e à parte da imprensa daquele eixo, igualmente torcedora e centralizadora.
Até quando vamos ter que agüentar essa discriminação? Vamos ser campeões, Sport, e diminuir, pelo menos um pouco, essa diferença com nossa região!