Torcedores de vários times foram ao jogo para ver o milésimo

Foi um evento para todos os torcedores. Romário, afinal, jogou em três dos quatro grandes clubes do Rio (Fluminense, Botafogo e Vasco). A possibilidade de testemunhar um momento histórico do futebol brasileiro, em que o Baixinho poderia alcançar a marca dos mil gols no clássico contra o Flamengo e Vasco, reuniu no lado cruzmaltino das arquibancadas do Maracanã uma torcida de apaixonados pelo jogador.

Romário foi capaz até de fazer o aposentado Fernando Paiva, de 58 anos, pisar no Mário Filho depois de oito anos longe do estádio. Vestindo a camisa do América, time do pai do artilheiro, Seu Edevair, Paiva acompanhava o filho vascaíno e reforçava a corrente positiva pelo gol mil.

- Gosto muito do Romário e do futebol dele. Além disso, ele também é América. Juntei o útil ao agradável - disse o aposentado. - Parei de vir ao Maracanã porque fiquei desiludido com a violência. Mas meu filho comprou dois ingressos e me arrastou. Só numa ocasião dessas mesmo. E contra o Flamengo é mais gostoso.

Os recém-casados Sérgio Augusto dos Santos, de 31 anos, e Cristiane Domingues Nunes, de 28, destacavam-se trajando blusas do Goiás no meio da Torcida Organizada do Vasco, a TOV. Os dois adiaram a volta da lua-de-mel no Rio só para torcer pelo gol e para ver o Baixinho em campo pela primeira vez.

- Hoje (ontem), pode acontecer um fato histórico e daqui a 50 anos vamos lembrar que estivemos aqui - imaginou Sérgio. - Nunca consegui ver o Romário nas vezes em que ele foi jogar em Goiás. Essa era a grande oportunidade, até porque ele pode se aposentar do futebol em breve.

Até uma ajuda botafoguense o Vasco ganhou ontem. Gilson Arruda, 34 anos, infiltrou-se na torcida cruzmaltina na esperança de ver o gol mil sair e não deixar para fazer o feito contra o seu time, no clássico do próximo domingo.

- É muito melhor para o Baixinho fazer o mil no Flamengo, que sempre ganha do Vasco e a rivalidade é maior. Eu sei que ele prefere marcar contra o rubro-negro a marcar o meu Botafogo - brincou Arruda.

As arquibancadas estavam lotadas de gringos, que aproveitaram a viagem para assistir a uma das partidas mais disputadas do futebol carioca.

- Eu vim para ver o jogo e conhecer o Maracanã. Só descobri que o Romário tinha a chance de fazer o gol mil quando cheguei aqui, o que é melhor ainda - contou o inglês Adam Battilana, 26.