Funcionários da Comlurb removeram 27 toneladas de peixes mortos na Lagoa Rodrigo de Freitas, Zona Sul do Rio, desde a última quinta-feira (8). De acordo com a empresa, a equipe conta com 62 garis por turno. Desse efetivo, 50 trabalham no entorno da lagoa, quatro utilizam o pulverizador com essência de eucalipto e 12 ficam embarcados em dois catamarãs.
Apesar do pulverizador, a mortandade de peixes deixa moradores do bairro incomodados com o cheiro ruim. Natalia de Carvalho é treinadora de remo do Vasco e está tendo dificuldades de conviver com o odor que emana da Lagoa. "É horrível trabalhar com um mal cheiro, um odor tão forte assim. Segundo, que dá uma dó. Os peixinhos brigando, tentando lutar por um pouquinho mais de oxigênio", disse.
Um dia após os peixes começarem a aparecer, a Lagoa estava tomada por urubus. Em nota a Secretaria Municipal de Meio Ambiente informou que a mortandade foi causada pela ressaca no mar, que fez com que águas mais frias entrassem na Lagoa. O choque térmico teria provocado a morte dos peixes.
Ainda segundo a secretaria, essa situação de desequilíbrio continuará nos próximos dias devido a presença de matéria orgânica decorrente do carreamento pelas chuvas e de parte dos peixes que permanecem na água, que podem comprometer o nível do oxigênio dissolvido.
O especialista Paulo Cesar Rosmann, no entanto, acha que a situação é mais complexa. "A condição da Lagoa não tem a ver com choque de pouluição ou entrada de esgoto, isto está controlado há muito tempo. Tem a ver com a doença crônica da Lagoa, que é uma doença de excesso de nutrientes. Se a Lagoa fosse uma pessoa, teria obesidade mórbida", opinou.