Trem pagador da Série B, Vasco pode salvar o Caxias

A boa campanha e, em especial, a transferência de alguns de seus jogos para o Maracanã fazem o Vasco começar a causar na Série B o impacto econômico que se esperava. Dono de seis dos dez maiores públicos da competição e de sete das dez maiores rendas, o clube proporciona aos adversários chances únicas de arrecadar.

Que o diga o Duque de Caxias, que escolheu o Maracanã para mandar o jogo do próximo sábado, quando terá, pela primeira vez na competição, um jogo que não dará prejuízo.

Os jogos do Vasco na Série B representam, em relação a quase todos os concorrentes, eventos de patamar diferente do restante do torneio. Com 50.335 pagantes contra o Guarani, o clube chegou a 20.665 torcedores de média. É mais do que o triplo da média de público e de renda de 17 dos 19 rivais. Entre os dez jogos com maior presença no estádio na Série B, o Vasco aparece como visitante em três: ajudou Brasiliense, Bahia e Ceará a arrecadarem. Este último é o clube mais próximo da realidade do Vasco, com quase 17 mil pagantes por jogo.

Pensando nisso, o Duque de Caxias, que foi mandante em nove dos dez jogos de menor público na competição, escolheu o Maracanã para enfrentar o Vasco. Pelo regulamento, terá toda a renda. Deverá colocar seu nome entre os maiores públicos da Série B mas, acima de tudo, interromperá uma triste rotina. A média do Caxias como mandante é de 262 pagantes.

Todos os seus 12 jogos deram prejuízos, que variaram entre R$ 7,5 mil a R$ 18 mil. Até agora, o clube acumulou mais de R$ 100 mil de déficit apenas para entrar em campo. Contra o Fortaleza, só 25 pessoas pagaram.

— Pensamos no lado técnico, mas também no financeiro. O impacto será excelente. Se for mantida a média do Vasco no Maracanã, entre 40 e 50 mil pessoas, vamos cobrir o custo de todo o campeonato. Tivemos prejuízo em todos os jogos — lamenta o supervisor de futebol do Caxias, Nilson Gonçalves.

Vasco aposta na base mas não antecipa planejamento

No Vasco, embora os números sejam bons para a realidade da Série B, a expectativa é de um 2010 melhor. Segundo o técnico Dorival Júnior, só com investimento alto será possível ser competitivo na Série A.

— Perdemos 50% da cota de TV com o rebaixamento. Só aí foram R$ 10,5 milhões. Tivemos um contrato frustrado com fornecedor de material esportivo e ficamos vários meses sem receber do patrocinador. Perdemos quase R$ 20 milhões. A tendência é um 2010 melhor — disse o vice de futebol José Hamílton Mandarino.

Segundo ele, o planejamento para 2010 só começará após o acesso matemático à Série A.

Mas a base deverá ser mantida.

— Este grupo é aguerrido e tem ótimo relacionamento — elogia o dirigente.

Contra o Caxias, Amaral e Titi vão cumprir suspensão.

Gian e Nílton podem voltar.