Futebol

Tática: Wendel atuou como falso lateral e abriu caminho ao Vasco

Nome: Wendel. Posição: volante. E falso lateral-esquerdo nas horas vagas. Quando abre um espaço no ataque, lá está o camisa 17 vascaíno. No clássico que marcou a reabertura do Maracanã aos clubes, a tática deu certo e abriu caminho para a vitória por 3 a 1 sobre o Fluminense, nesse domingo, pelo Campeonato Brasileiro. Acostumado a ser improvisado na posição, o jogador se sentiu em casa pelo flanco esquerdo: sempre com Pedro Ken ou o estreante Henrique no apoio, ele apareceu com passes, tabelas, e conseguiu explorar as costas de Bruno uma única vez, o suficiente para criar a jogada que terminou com assistência de Pedro Ken e gol de Juninho Pernambucano.

No segundo tempo, com a troca de Henrique por Fillipe Soutto, Wendel foi deslocado de fato para a lateral esquerda e acumulou as funções defensivas da posição. Apoiou menos o ataque, e quando foi, não se criou como ponta. Mas já havia feito sua contribuição taticamente: não errou nenhum dos 34 passes executados, acertou a trave uma vez em duas finalizações, roubou uma bola e fez dois desarmes na defesa, cometeu três faltas e sofreu uma.

Se o Fluminense também tivesse insistido pelas laterais, poderia ter saído do Maracanã com um resultado melhor. Deficiência constante do Vasco, os buracos nas costas dos laterais voltaram a aparecer (confira no vídeo ao lado). Nei foi quem mais deu espaços aos adversários, e Wendel, quando teve que ser um lateral defensivo, também falhou no quesito. Pelos flancos, o Tricolor teve sua melhor chance no jogo após falha de Jomar, mas aproveitou pouco este tipo de jogada no clássico.

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Arma do Flu, bola aérea fica restrita

O único gol do Fluminense, marcado por Carlinhos, foi de cabeça. Jogada que tem sido arma e já soma nove das 12 bolas na rede do time no campeonato. Mas, contra o Vasco, ninguém além do camisa 6 tricolor conseguiu executar o fundamento. Dos 20 levantamentos na área rival, maioria em cobranças de faltas ou escanteios, o lateral se livrou da marcação de Nei e concluiu em três oportunidades pelo alto.

Nos 24 minutos em que esteve em campo, antes de ser expulso por agressão a Jomar, Fred não teve uma chance sequer de finalizar. Se pelo chão estava difícil, o atacante bem que tentou usar a malandragem para se dar bem nas bolas aéreas. Nos escanteios, o camisa 9 sempre se escondia atrás de um companheiro para servir de escudo entre ele e o marcador e poder ganhar espaço para pular. Mas a bola não procurou o artilheiro no domingo.

Mudança forçada na defesa

Rafael Vaz declarou que sonhava parar Fred no clássico e ficar famoso por isso. Mas Dorival Junior escalou a surpresa Jomar - que substituiu um gripado Renato Silva - para grudar no atacante. O zagueiro foi um carrapato para o adversário, sem dar espaço. Mas depois que ele deixou a mão no rosto do tricolor e o clima quente entre os dois, a marcação mudou. Rafael Vaz passou a acompanhar o centroavante, mas por pouco tempo: foi só até o camisa 9 revidar com uma cotovelada e ser expulso pelo árbitro.

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Juninho e Rafael Vaz: inversão de papéis

Juninho foi o herói do Vasco no reencontro com o time, após seis meses, e com o Maracanã, depois de 12 anos. O público de 34.634 pagantes (46.860 presentes) viu o camisa 8 balançar a rede, dar assistência para André e sair aplaudido. Só que, além de tudo isso, o Reizinho ainda ajudou na marcação. Mesmo sem levar muito jeito para a coisa. Ele cometeu três faltas tentando conter o ataque adversário, mas teve seus momentos de êxito ao roubar uma bola e fazer um desarme (veja no vídeo ao lado).

Já Rafael Vaz mostrou que zagueiro nem sempre vive de rifar a bola para frente. O defensor vascaíno, além de cumprir seu papel com cinco desarmes no clássico, ainda mostrou categoria para sair jogando e fazer lançamentos. Mostrando boa visão de jogo, procurou diversas vezes por Eder Luis, André e Pedro Ken no ataque. Nem sempre as jogadas deram continuidade, seja por erro de passe ou cobertura da marcação, mas vez ou outra deixaram os companheiros em boas condições.

Edinho como elemento surpresa

As infiltrações pelo miolo de zaga vascaíno dependiam de Deco, como na bola milimétrica que deu para Wagner logo no início do clássico. Mas o camisa 20 viveu de lampejos e ficou apagado quando o Fluminense perdeu um jogador e teve que recuar. Quando o time se arriscava à frente, Edinho virou o elemento surpresa. Por duas vezes, ele apareceu livre na intermediária com dois chutes perigosos - um no travessão e outro perto da trave direita de Diogo Silva. Apesar de ter falhado na defesa ao perder a bola em dois gols, o volante foi o único elemento que funcionou ofensivamente do Tricolor no primeiro tempo.

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\"Tiki-taka\" vascaíno

Guardadas as devidas proporções, o torcedor cruz-maltino mais atento viu um momento do famoso \"tiki-taka\" da Espanha desfilado no próprio Maracanã na vitória por 10 a 0 sobre o Taiti, pela Copa das Confederações. Quando o duelo ainda tinha 11 jogadores de cada lado, o Vasco apresentou uma postura paciente, orquestrada sempre por Juninho. Na maioria das vezes com no máximo dois toques na bola, o time colocou o Fluminense na roda e trocou passes durante 46 segundos (confira no vídeo ao lado). A (grande) diferença para a versão espanhola é que a posse de bola dos europeus é mantida rondando a área adversária, enquanto os vascaínos iam e voltavam constantemente entre os campos de ataque e defesa.

Análises rápidas:

* Eder Luis voltou só uma vez, já no segundo tempo, para ajudar Nei na marcação. Mesmo assim, os dois não conseguiram desarmar Carlinhos.

* No intervalo, Abel Braga trocou Deco por Rhayner. Antes de fazer as vezes de centroavante, ele ficou flutuando no ataque e tentou explorar as costas de Nei, mas a bola pouco chegou.

* Juninho teve importante participação também sem a bola, e não apenas ajudando na marcação. Quando o Vasco tinha a posse, o meia indicava o caminho da jogada, apontando para quem julgava que deveria receber o passe. E, quando Carlinhos marcou para o Fluminense, o meia fez um gesto com as mãos e pediu calma aos companheiros.

* Herói, ídolo, craque... Elogios não faltaram a Juninho na atuação de gala no clássico. Mas o Reizinho também foi soberano num destaque negativo: foi quem mais errou passes no jogo, com seis falhas (de 38 tentativas).

Fonte: ge
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