Se todo freguês tem razão, o Botafogo faz questão de ser um bom cliente. Reconhece a dívida, avisa que pode pagar e mais que isso: não se ilude com os números. Apesar da larga vantagem adversária, na última década a história do confronto começou a ser mais equilibrado, com oito vitórias para cada lado.
Ainda não é motivo para devolver a provocação aos torcedores cruzmaltinos, até porque são mais de 50 triunfos a favor do rival. Mas os alvinegros começam a enxergar que a sorte pode estar mudando de lado.
Um dos símbolos dessa nova era alvinegra é o apoiador Lucio Flavio, atualmente no Atlas, do México. Com passagem marcante pelo Botafogo, o jogador chegou a General Severiano, em meados dos anos 2000, e lembra bem como era a rivalidade.
Esse rótulo de freguês não influenciava os jogadores. Depois que cheguei ao Botafogo, o retrospecto foi bem favorável para nós disse ele.
Atuando no futebol mexicano desde o início do ano, o jogador ainda tem viva na memória a experiência de disputar o duelo.
É um clássico muito aceso e naturalmente será assim sempre.
Se a história começou a mudar recentemente, a supremacia na década de 60 era toda alvinegra. O ex-atacante Amarildo, campeão do mundo pela Seleção, na Copa do Chile de 62, citou o companheiro de equipe, o goleiro Manga, que abusava das provocações aos adversários.
Por conta do grande time que tínhamos, o Manga dizia que ia fazer a feira, pegar bicho adiantado não só contra o Vasco, mas contra todos os times recordou ele.
(Matéria reproduzida diretamente da versão papel do Jornal Lance)