Futebol

Urucubaca para dar e vender. Má fase é a marca dos atacantes no Brasileirão

Quando comandava a Seleção Brasileira nas Eliminatórias de 1993, o vitorioso Carlos Alberto Parreira afirmou que o gol é um mero detalhe. O técnico balançou, Telê Santana quase assumiu mas, no ano seguinte, Romário resolveu a questão do \"mero detalhe\" e o Brasil sagrou-se tetracampeão mundial. Desde então, o escrete canarinho conquistou mais uma Copa do Mundo e vários outros artilheiros apareceram. Principalmente no Brasileirão, onde todos os anos pencas de jogadores despontam por todo o país balançando as redes adversárias.

Na edição deste ano, porém, não são somente os ‘matadores’ que estão se destacando. Seja pelas baixas médias de gols ou pelos grandes jejuns de tentos, alguns atletas renomados vêm levando ao pé da letra a frase dita por Parreira há 17 anos.

Levantamento realizado pelo GLOBOESPORTE.COM, levando-se em conta apenas jogadores com mais de dez jogos no Campeonato Brasileiro, revela que muitos atacantes estão devendo no quesito gol. Seja em time que briga na ponta da tabela, ou o pessoal da rabeira, a maré de azar afetou muitos jogadores conhecidos.

Dos atacantes que já atuaram em mais de dez partidas, seis ainda não balançaram as redes dos adversários: Tony (Ceará), Wellington Amorim (Ceará), Roberson (Grêmio), Vinícius (Palmeiras), Patrick (Palmeiras) e Luan (Palmeiras). Para eles, a sorte não sorriu nenhuma vez neste Brasileirão. Mas teve gente que já balançou e continua em débito. Um bom exemplo é Caio, do Botafogo. O antigo xodó de Joel Santana deixou o adjetivo talismã de lado e marcou apenas uma vez no Brasileirão. Foram 33 jogos com a camisa do Glorioso, mas apenas oito como titular.

No Campeonato Carioca, porém, Caio entrava durante os jogos e resolvia. Daí o apelido de Talismã, com os sete gols que marcou na competição. Mas o fato de ser quase sempre reserva merece ser considerado, segundo um dos maiores ídolos da história recente do clube e grande conhecedor do caminho para as redes.

- Ele não joga sempre como titular e começa as partidas no banco de reservas. Então temos de dar um desconto. Todo grande artilheiro passa por uma fase ruim – disse Túlio Maravilha.

O próprio Túlio, autor de 929 gols, de acordo com as contas do atacante, já passou por momentos ruins ao longo da carreira. O pior, segundo ele, em 1990, quando defendia o Goiás e ficou dois meses sem marcar. O artilheiro de 41 anos, atualmente no Botafogo-DF, dá receitas bastante inusitadas para os atacantes colocarem a pontaria em dia.

- Quando se fica três, quatro jogos sem marcar, primeiro vem a ansiedade. Depois vem a cobrança da comissão técnica, dos companheiros, dos torcedores e da imprensa. Tem de ter muita clama e tranquilidade para sair da má fase. Ir à igreja ou tomar um banho de sal grosso, porque a gente sabe que tem muito olho gordo por aí.

Urucubaca para dar e vender

 Pelos frieza dos números, não se pode dizer que Washington esteja fazendo um mau Campeonato Brasileiro. Além de jogar pelo Fluminense, líder da competição, o atacante já marcou dez gols. Na prática, entretanto, a situação é um pouco diferente. O Coração Valente não balança as redes há 14 partidas. A cada oportunidade desperdiçada – e foram várias – os tricolores não conseguem entender aonde foi parar o jogador tantas vezes artilheiro de diversas competições, incluindo o Campeonato Brasileiro em duas oportunidades (2004 e 2008). O próprio Washington reconhece que, quanto mais o gol demorar a sair, mas difícil será marcar.

- A fase é meio diferente, estranha. A ansiedade atrapalha. É claro que incomoda. É complicado, é difícil. Mas graças a Deus o time está bem e não está sentindo falta dos meus gols – disse nesta semana em entrevista ao programa ‘Bem, Amigos!’, do SporTV, acrescentando que, nos treinos, tem conseguido colocar a bola na rede.

Além dele, vários outros atravessam ou atravessaram marés de azar. O Flamengo é o caso de maior destaque. Após atormentar os adversários com o ‘Império do Amor’ no primeiro semestre, o ataque rubro-negro parou no Campeonato Brasileiro. Chegou à impressionante marca de dez partidas sem marcar gols. Val Baiano, por exemplo, demorou 11 jogos com a camisa rubro-negra para balançar as redes. Diogo, contratado a peso de ouro, teve de esperar 12, até anotar seu único gol pelo clube, no jogo contra o Corinthians, pela 32ª rodada. O jogador, aliás, tem o mesmo número de gols que o goleiro Bruno, que fez apenas sete jogos na competição, antes de ser preso acusado do desaparecimento de Eliza Samúdio.

Meias assumem a responsabilidade

Com a má fase dos atacantes, os jogadores de meio-campo assumiram a responsabilidade de marcar gols. Em quase metade dos times do Brasileirão – oito dos 20 – os meias lideram a artilharia de suas respectivas equipes. Elias (Atlético-GO), Paulo Baier (Atlético-PR), Geraldo (Ceará), Bruno César (Corinthians), Montillo (Cruzeiro), Petkovic (Flamengo), Conca (Fluminense) e Fernandão (São Paulo) são os jogadores que mais marcaram por suas equipes.

O outro lado da moeda

Mas não é só de má fase e gols perdidos que vive o Brasileirão. Tem muito atacante fazendo bonito (confira a tabela acima). O principal deles é Jonas. Com 21 gols, o jogador do Grêmio também tem a melhor média entre os atletas que completaram dez jogos: 0,67 gol por partida. Entregue ao departamento médico do Fluminense durante a maior parte do campeonato, Emerson é o único a superar o gremista, com uma média de 0,77. No entanto, o Sheik entrou em campo somente em nove oportunidades e não entrou no levantamento.
 

Fonte: Globo Esporte.com
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