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Vascaína, ex-jogadora de rugby da Seleção elogia projeto do clube

A cinco anos da realização, no Rio, das Olimpíadas de 2016, poucos esportes têm procurando tanta evolução quanto o rúgbi, que irá constar do programa do evento carioca, com a modalidade seven (sete por time, diferente da union, com 15 por equipe). Enquanto dirigentes elaboram projetos, Beatriz Futuro, mais conhecida como Baby, realizou um sonho, o de jogar numa equipe australiana, a da Sydney University, na qual estudou por um ano.

Baby e Crica, as Irmãs Futuro, já vestiram as camisetas da seleção brasileira de rúgbi, que tem vencido todos os SulAmericanos deste esporte, na modalidade seven, desde 2004, e ficou em décimo no Mundial de 2009.

— A experiência que tive na Austrália me acrescentou, não só em campo, mas também fora, nos treinos, nos campeonatos, na maneira como a capitã, os treinadores e as outras jogadoras se relacionaram comigo — afirmou Baby, de 25 anos, por e-mail. — Joguei com jogadoras de altíssimo nível e foi inesquecível. Aprendi muito mais do que esperava.

Tudo me fez crescer como jogadora e pessoa e vai contribuir nas atuações pelo Niterói Rugby e pela seleção.

Na Austrália, ela cursou quatro meses de inglês e, depois, administração, além de jogar e trabalhar. Agora, está retornando ao Brasil.

— Optei em vir para a Austrália pelo clima, pela cultura e pelo rúgbi, que é bem forte no país. A Sydney University me ofereceu academia, treino, fisioterapia — explicou. — Provei em campo que eu, pequena em comparação com o porte físico daqui, tinha capacidade. Funcionou porque fui convocada para jogar o Nacional (de seleções). Foi muito legal. Pena que ficamos em terceiro, atrás de Queensland e Canberra.

Atleta, cantora e atriz Para a atleta, o apoio está aumentando, pelas Olimpíadas.

— Governo e patrocinadores estão investindo, o que torna o esporte mais conhecido.

O rúgbi feminino está crescendo também e, no Estado do Rio, surgiram mais dois ou três times, o que nos possibilita ter um Estadual, o que nunca ocorreu — disse, pedindo mais jogos internacionais.

No exterior, ela soube da escolinha gratuita do Vasco, sede do rúgbi em 2016: — É imprescindível. Enquanto não houver crianças, o rúgbi não vai para a frente. É um esporte que envolve a família e a comunidade. Vi aqui na Austrália como pais e amigos apoiam os jogadores. É essencial projetos como o do Vasco, para alavancar o rúgbi no país.

Fora do país desde 2010, a niteroiense espera retomar o lugar na seleção.

— Com os Jogos de 2016, a visibilidade do esporte vai aumentar muito e os brasileiros vão começar a respeitar o rúgbi e a vê-lo não como um bando de brutamontes se pegando, mas entendendo a essência e a cultura do jogo — comentou ela. — Quando falo em Brasil aqui todos falam futebol.

Gosto, sou perna de pau e não acompanho tanto, mas sou vascaína. Há um ditado de brincadeira: \"Futebol são 22 homens fingindo estar machucados e, no rúgbi, são 30 fingindo não estar machucados.\" Perguntada sobre como a mulher pode praticar esporte de contato, argumenta: — Se as mulheres gostarem de esporte de contato e o entenderem, tudo bem. Senão, podem auxiliar fora do campo.

Não fosse atleta, a morena de rosto e voz delicados poderia estar na TV, pois cursou artes cênicas e fez teatro: — Só canto por hobby. Eu também tocava flauta transversa, mas agora é só rúgbi. A minha banda, a Mistura Fulô, está meio parada porque estou aqui. Mas vai voltar no futuro — garantiu.

(Matéria reproduzida diretamente da versão papel do Jornal O Globo)

Fonte: Jornal O Globo
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