Antônio Lopes, Dorival Júnior, Paulo César Gusmão, Ricardo Gomes e Cristóvão Borges. Estes foram alguns dos treinadores que comandaram o volante Nilton hoje no Vasco. Mas comandante de fato, o autor do golaço na derrota para o Lanús anteontem em Buenos Aires pela Libertadores só tem um. No caso, uma. A mulher Karin, com quem está casado há quase quatro anos.
Mão forte da família é também a que afaga nos momentos difíceis. Como o longo período que Nilton ficou afastado dos gramados por causa de ruptura nos ligamentos do joelho direito. Por isso, dedicou o gol à parceira, que chorou junto ao ver o marido ir às lágrimas.
A participação dela é fundamental, no sentido de motivar. Sempre passa palavras de equilíbrio, confiança disse o volante, que foi recebido pela esposa no desembarque da delegação ontem no Aeroporto Tom Jobim.
Amizade com Fágner
No melhor estilo linha dura, Karin, formada em educação física, fica na cola do marido. Em todos os sentidos. Desde as fãs mais exaltadas ao dia a dia de treinos e jogos. Ela cuida da alimentação de Nilton, do sono regular e mantém contato constante pelo celular.
Sou terrível mesmo, até em festas regulo o que ele bebe, come. Pego no pé sempre. Sou pior do que o Cristóvão brincou Karin, pouco antes de receber a ligação do marido avisando que já havia desembarcado.
Foi numa das tantas ligações diárias que ela soube que Nilton havia sido escolhido por Cristóvão Borges para começar o jogo no lugar de Felipe. Assim que acabou a reunião com o treinador, ele ligou para mulher. Fágner, o melhor amigo do volante desde os tempos de Corinthians, também foi chamado pelo treinador.
Ele me contou que o Cristóvão perguntou a ele se estava pronto para abraçar essa oportunidade. Eu disse a ele: Você é homem, sabe jogar futebol, eu confio em você. Depois, disse para ele fazer o gol para a Giovanna contou ela, que ia a Buenos Aires, mas a filha de 1 ano ficou gripada. Em São Paulo, estarei lá.
Mas nem o golaço nem a boa atuação são suficientes para Karin. A cobrança continua mesmo com todos os elogios que Nilton recebeu após a partida:
Passamos um ano muito difícil e temos um lema em casa que não aceitamos perder. Sempre digo a ele que para mim ele tem que fazer a parte dele bem. Eu cobro muito dele. Ele tem ótimo futebol, precisava de confiança. Esse gol foi o porto seguro que ele precisava. Mas um jogo não me basta. Vamos ver na sequência se ele voltou ao futebol que todos acreditavam em 2009, o guerreiro que eu acreditava.
O gol, no entanto, não lhe garante a vaga no time titular que enfrentará o Corinthians nas quartas de final nas duas próximas quartas-feiras. Mas valeu pelo recomeço com pé direito. O volante voltou à equipe apenas em setembro de 2011 após o ano de recuperação, e fez somente 12 partidas na temporada passada.
Passou um filme de tudo que aconteceu, dei meu sangue, meu suor, pude ajudar a equipe depois de uma época que fiquei cabisbaixo, meio depressivo lembrou.
Ontem o clube conseguiu liminar para voltar a utilizar o CT de Itaguaí para as categorias de base.