A torcida do Vasco está mobilizada para apoiar o time no confronto decisivo contra o Corinthians, quarta-feira, às 22h, no Pacaembu, pelas quartas de final da Copa Libertadores. Assim como os corintianos vieram ao Rio de Janeiro na última semana, os cruzmaltinos farão a sua parte em um momento fundamental da temporada. No entanto, a preocupação com a violência pautou o processo e fez os torcedores do Vasco residentes em São Paulo elaborarem um manual antiviolência para evitar possíveis conflitos com os \"donos da casa\".
Como a rivalidade entre os clubes cresceu consideravelmente nos últimos anos, a cautela é adotada pelos torcedores. Uma reunião para assistir ao jogo com mais de cem vascaínos está agendada em um bar da zona oeste paulistana. Reduto cruzmaltino em São Paulo, o local não tem registros de violência, mas os torcedores foram orientados a não usar a camisa do Vasco pelas ruas.
No manual, a utilização de casacos por cima das cores do clube é salientada para quem não deseja abrir mão da vestimenta. Quem for ao ponto de encontro, ou mesmo ao Pacaembu, deve seguir as \"regras\" e só assistir ao jogo no estádio ou reduto vascaíno. Os idealizadores consideram arriscado escolher outro local para torcer pelo time carioca.
Para os torcedores que sairão do Rio de Janeiro, a logística está definida. Os cariocas têm direito a 1.800 ingressos para a \"decisão\". Destes, mil serão comercializados, nesta terça-feira, em São Januário, exclusivamente para sócios. O restante da carga está reservada para torcidas organizadas, conselheiros e dirigentes. Caravanas foram idealizadas e cerca de 12 ônibus devem deixar a cidade nas primeiras horas de quarta-feira.
A escolta será feita pelo Gepe (Grupamento Especial de Policiamento em Estádios) da Polícia Militar do Rio de Janeiro. Entretanto, o acompanhamento será apenas até a divisa do estado, quando os torcedores serão entregues em horário pré-determinado para a PM paulista. \"Os torcedores do Vasco vão receber o mesmo tratamento que a torcida do Corinthians teve aqui. O objetivo é evitar qualquer episódio de violência. Conseguimos isso no primeiro jogo e confiamos que nada vai acontecer novamente\", comentou o tenente-coronel, João Fiorentini, comandante da unidade.
Assim como na primeira partida, o Ministério Público vai acompanhar o trabalho dos policiais militares na escolta dos torcedores visitantes. A ideia foi do promotor Thales Cezar de Oliveira para que um profissional de cada cidade acompanhasse o processo. A medida tem poder intimidatório, além de facilitar ações por parte do órgão em casos de atos de violência. As reclamações de torcedores quanto ao tratamento dos policiais também serão vistas de perto para a transparência nas operações.