De todos os adversários do Vasco, o calor pode ser considerado o maior vilão no momento. Na última partida, contra o Audax, os atletas jogaram sob uma temperatura 35ºC. Para o pesadelo do elenco e dos torcedores, a história pode se repetir no próximo domingo. A partida contra o Duque de Caxias está marcada para o mesmo horário, 16h, em Macaé. Órgãos especializados indicam que a temperatura máxima pode ser a mesma do último duelo.
Acostumado ao clima \"europeu\" do Rio Grande do Sul, por ter defendido o Internacional desde 2010, o lateral-direito Nei tem sentido a grande variação de temperatura entre as regiões desde que chegou ao Rio de Janeiro, há um mês.
A grande diferença entre os estados é o calor. É absurdo, está muito quente disse o jogador, que ainda se adapta ao novo clima.
Mesmo na terceira temporada pelo Vasco, Renato Silva tem a mesma sensação térmica. Segundo o zagueiro, os jogadores sofreram em campo durante a última partida. No entanto, com bom humor, o zagueiro considerou positivo o fato de ninguém ter saído com problemas graves.
Falta um pouco de bom senso. No domingo estava insuportável. Não sei o que tem que fazer, colocar o jogo para 17h ou dar essa parada técnica, pelo menos no primeiro tempo. Mas foi bom, ninguém vomitou ou desmaiou no campo ironizou.
O defensor falou em tom de brincadeira, mas os efeitos ocasionados pelo calor podem ser sérios, podendo causar a desidratação. Devido a questões comerciais, os jogos costumam ser distribuídos em diferentes horários. Enquanto algumas equipes jogam à noite, outras são designadas a entrar em campo nos horários de \"pico\", como o meio da tarde. De acordo com Daniel Gonçalves, fisiologista do Vasco, os nutrientes precisam ser repostos frequentemente.
O organismo aumenta a taxa de suor e, se não for reposto, ele fica hipohidratado ou desidratado. O sangue fica mais viscoso e fica mais difícil os nutrientes chegarem aos músculos. O ideal seria se hidratar a cada 15 minutos. Sabemos dos compromissos comerciais que envolvem o jogo, então não dá para demorar muito, mas uma parada por tempo já ajuda alertou o especialista, que defende a utilização da parada técnica.
Apesar de recomendar as paradas técnicas, o fisiologista declara que o aconselhável seria não jogar sob o sol forte. Ele diz que os jogadores já estão acostumados com o calor por treinarem em locais abertos e em horários parecidos, mas ressalta que o calor prejudica o desempenho dos atletas.
O ideal é não jogar em altas temperaturas. Na última partida, o Leandro Bonfim (do Audax) passou mal com 15 minutos de jogo. O ideal era não jogar, então o árbitro tem que ter a sensibilidade de parar. Eles já estão acostumados a treinar nesse horário, mas o ritmo diminui. No jogo, a necessidade da vitória gera uma necessidade extrema analisou, frisando que a dinâmica da partida aceleram o desgaste.
O calor não compromete apenas o desempenho dos jogadores durante os jogos. Segundo Daniel, a recuperação torna-se mais demorada. Para manter o controle sobre a saúde dos atletas, ele conta que todos são pesados antes e depois dos jogos, de modo a determinar o que precisará ser reposto.
Fazemos um monitoramento da quantidade de água. Estimamos a quantidade de líquido a ser ingerido e de eletrólitos a serem repostos em 24h. Pesamos os atletas antes e depois dos jogos. Alguns atletas chegam a perder quatro quilos em uma partida. Quanto mais ele se desgasta, maior o tempo de recuperação explicou.