A Polícia Militar do Rio, por meio do Batalhão Especializado em Policiamento em Estádio (BEPE), citou a "iminência de protesto e tumultos" na recomendação que fez a CBF adiar de domingo (15) para segunda-feira (16) a partida entre Vasco e Bahia, válida pela sétima rodada da Série B do Brasileirão. O clube cruz-maltino questiona a orientação da PM, estranha a rapidez da decisão pelo adiamento e tenta reverter a situação.
O BEPE enviou o ofício assinado pelo Tenente-coronel Hilmar Faulhauber à Federação do Rio na noite da última segunda-feira, faltando seis dias para a data em que Vasco x Bahia estava inicialmente marcado. Botafogo x Fortaleza, no Nilton Santos, pela Série A, está marcado para o mesmo dia e horário.
Nele, além da possibilidade de tumultos em São Januário em caso de derrota vascaína, o coronel também menciona o apelo do torcedor do Botafogo diante do novo momento do clube, o que, por consequência, tem levado muitas pessoas ao estádio. Nos dois casos, ele justifica a demanda de grande efetivo de policiais para garantir a segurança de todos os presentes.
Por fim, a PM diz no ofício que não foi consultada pela CBF e recomenda que apenas uma das duas partidas seja realizada no domingo. A assessoria da Polícia Militar do Rio de Janeiro foi procurada, mas não houve retorno até o fechamento desta reportagem.
CBF escolhe adiar jogo do Vasco
Quando recebeu o ofício do BEPE, a Federação do Rio o encaminhou para a CBF. A entidade estadual não vai se pronunciar porque, além de não ser a organizadora do campeonato, entende que só o que podia fazer era repassar a recomendação da polícia.
Desde a manhã desta terça-feira, o Vasco tem conversado com Rubens Lopes, presidente da Ferj, e o diretor de competições Marcelo Viana, por exemplo. A entidade tem auxiliado o clube na tentativa de manter o jogo contra o Bahia no domingo.
Entre Botafogo x Fortaleza e Vasco x Bahia, a CBF escolheu adiar o jogo do Vasco. A decisão se deu poucas horas após receber o ofício do BEPE, embora a mudança na tabela só tenha sido publicada às 10h25 (de Brasília) desta terça. O Vasco alega que não foi consultado e diz que foi pego de surpresa.
Procurada, a CBF respondeu o seguinte:
"Todas as tratativas sobre possibilidades de alterações são feitas, internamente, entre as partes envolvidas. Neste momento, a partida está marcada para segunda-feira (16). Quando há qualquer mudança, é registrada uma alteração na tabela oficial da competição".
Vasco confia em reversão
O Vasco confia na possibilidade de reverter a decisão. O clube informou pela manhã que está em contato com a Polícia Militar, com a Ferj e com a CBF na tentativa de manter o jogo contra o Bahia no domingo. Ao ge, Carlos Roberto Osório, 1º VP Geral, disse que a mudança é "inusual, surpreendente e equivocada".
Nos bastidores, os dirigentes vascaínos foram pegos de surpresa. Eles enxergaram com estranheza tanto a recomendação do BEPE como a rapidez da escolha da CBF, no intervalo de poucas horas e sem que os clubes envolvidos na partida fossem comunicados.
Com a distância de mais de sete quilômetros entre São Januário e Nilton Santos, um dirigente chegou a questionar: "como um estado que organiza Carnaval, Réveillon, Rock in Rio, grandes jogos no Maracanã com torcidas rivais não consegue organizar um evento de 20 mil e outro de 35 mil pessoas em locais distantes?".
A princípio, Vasco e Bahia se enfrentam na próxima segunda, às 19h (de Brasília), em São Januário, em confronto direto pelas primeiras posições da tabela da Série B do Brasileirão.