O Vasco vê com bons olhos se juntar a Flamengo e Fluminense na gestão do Maracanã. O clube esteve com o governador em exercício do Rio, Cláudio Castro (PSC), para oficializar seu interesse em participar da licitação do estádio. O processo deverá se prolongar por todo ano e o movimento serve para passar uma mensagem tanto para o poder público quanto para os dois clubes que administram o palco de duas finais de Copa do Mundo atualmente.
O clube de São Januário acredita que sua inclusão na gestão facilite para que o Maracanã se torne autossustentável - as dificuldades do tricolor para bancar os custos do estádio são recorrentes e em 2020 o clube foi notificado a respeito de uma divida de R$ 5 milhões. O cruz-maltino, por sua vez, não tem condição de gerir o aparelho esportivo sozinho e a parceria com Flamengo e Fluminense seria uma das soluções, com a criação de uma sociedade de propósito específico.
Ainda não há conversas entre as partes. O Vasco aguarda primeiro a definição, por parte do governo estadual, da modelagem do processo licitatório. A Casa Civil do estado do Rio está responsável por isso e, antes de publicar os termos, deverá convocar uma audiência pública em que apresentará um rascunho da licitação e abrirá para que os interessados opinem e sugiram eventuais mudanças.
Na reunião com Cláudio Castro, o clube ouviu do governador em exercício que é do interesse do governo estadual que todos os clubes possam usufruir do Maracanã. O Vasco espera que o formato da licitação reforce a necessidade de participação de mais de um clube. Houve ainda a indicação de que o poder público poderá estar inserido na futura gestão como uma espécie de poder moderador, com a tarefa de mediar possíveis conflitos entre os clubes.
Empresas provavelmente poderão participar da licitação. Entretanto, elas deverão ter a obrigatoriedade de estarem na condição de parceira dos clubes. O formato de gestão passado, em que uma empresa privada, o Consórcio Maracanã, administrou o estádio e posteriormente assinou contratos com Flamengo e Fluminense, deverá ser vetado pelo governo estadual.
Interesse no estádio
O Vasco acredita que o processo licitatório deverá levar o ano de 2021 inteiro, com o Maracanã estando sob a nova gestão no começo de 2022. O clube de São Januário vê o estádio como importante para a realização de novos negócios e também vislumbra o estádio como alternativa para quando iniciar a reforma de São Januário.
Inicialmente, o Vasco pretendia começar as obras no segundo semestre deste ano. Com o agravamento da crise econômica decorrente da pandemia, os planos do clube poderão ser adiados.
O clube descarta voltar a ser locatário do Maracanã - atualmente, para jogar no estádio, o Vasco precisa pagar aluguel. A ideia do cruz-maltino é ter São Januário e Maracanã como opções fixas para mandar seus jogos. O clube deseja ter a chance de distribuir suas partidas entre os dois estadios para otimizar receitas com bilheteria e "match day".