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Vasco anexa laudos e cartas de pessoas que vivem na Barreira

Um dos estádios mais antigos e tradicionais do país, São Januário vive período de silêncio. Interditado pelo judiciário a pedido do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro desde a partida contra o Goiás, dia 22 de junho, o estádio do Vasco teve pedido negado pela desembargadora Renata Machado Cotta para a presença até mesmo de mulheres, crianças e portadores de deficiência às vésperas do duelo com o Grêmio, neste domingo, pelo Campeonato Brasileiro.

"... seria leviano concluir pela impossibilidade total de que mulheres ou pessoas portadoras de alguns tipos de deficiência provoquem tumulto ou venham a confrontar violentamente com torcedores do time rival", diz um trecho da sentença que saiu nas últimas horas, a despeito da tentativa vascaína de liberar o estádio para o próximo jogo.

O jurídico do Vasco trabalhou em duas frentes pela liberação do estádio. Em acesso aos autos dos processos, tanto no Superior Tribunal de Justiça Desportiva quanto no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, a reportagem do ge mostra que o clube anexou laudos de segurança antes da partida contra o Goiás e também em reavaliação após todos os problemas do jogo do dia 22 de junho.

Entre eles, parecer de segurança assinado pelo Batalhão Especializado de Policiamento em Estádios do dia 29 de junho, um mês antes de Vasco 0 x 1 Goiás, e também carta da Associação de Moradores da Barreira do Vasco, com críticas à interdição do estádio e aos relatos contra a localização do estádio de São Januário, na zona norte do Rio de Janeiro.
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A manifestação assinada presidente da associação Vânia Rodrigues, não citou diretamente o relato do juiz de plantão na partida, Marcello Rubioli, que norteou o pedido do promotor do MP Rodrigo Terra pela interdição do histórico estádio vascaíno.

"...transformou-se em verdadeira praça de guerra, demonstrando a total incapacidade da organização esportiva operar espetáculos esportivos bem como a INTEGRAL FALTA DE ESTRUTURA DO ESTÁDIO, falta de estrutura essa que gera risco real à integridade física de jogadores, árbitros, torcedores do bem (sic), sem embargo dos próprios policiais, guardas municipais e stewarts", dizia um trecho do relato do juiz, que completou:

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"Para contextualizar a total falta de condições de operação do local, partindo da área externa à interna, vêse (sic) que todo o complexo é cercado pela comunidade da barreira do Vasco, de onde houve comumente estampidos de disparos de armas de fogo oriundos do tráfico de drogas lá instalado o que gera clima de insegurança para chegar e sair do estádio. São ruas estreitas, sem área de escape, que sempre ficam lotadas de torcedores se embriagando antes de entrar no estádio".

Citando a importância para a comunidade dos jogos do Vasco, da vizinhança com o clube e também as baixas taxas de criminalidade na localidade, a presidente da Associação de Moradores da Barreira do Vasco protestou em "total repúdio às falas preconceituosas proferidas contra a Barreira do Vasco":

"... somos punidos sem sermos ouvidos a partir de uma visão distorcida da realizada que trata da mesma forma todas as comunidados do Rio de Janeiro... a interdição injustificada do estádio de São Januário causa prejuízos imediatos a todo o nosso comércio local... vimos por meio desta repudiar as manifestações elitistas que partem de pessoas que sequer conhecem nossa realidade...", diz parte da nota.

Veja na íntegra abaixo.

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Corregedoria investiga policial que disparou na torcida

É bom ressaltar que um dos laudos de segurança - de 29 de maio - faz observações a respeito das dificuldades naturais de segurança de realização de grandes jogos do Vasco em São Januário. Pela condição geográfica do bairro de São Cristóvão, hoje chamado Vasco da Gama, com ruas estreitas no entorno e, claro, pelas condições muito antigas das instalações de um estádio com poucas mudanças estruturais em quase 100 anos.
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"O estádio apresenta estrutura antiga e arredores incompatíveis com a grandeza de alguns jogos realizados nele. Estas características demandam um enorme esforço por parte da Polícia Militar para que seja garantida a segurança dos torcedores", diz um trecho do lado do BEPE, de maio. O Batalhão recomenda - não de hoje - que não haja clássicos cariocas no estádio e condiciona a presença de torcidas visitantes a 5% da capacidade total de São Januário - hoje a lotação é de 22 mil pessoas, aproximadamente.

O clube anexou também em sua defesa espécie de prontuário de feridos no dia do jogo contra o Goiás, com oito atendimentos sem gravidade - alguns por inalação de gás de pimenta usado pela Polícia Militar. Além disso, reforçou que promoveu reuniões prévias com autoridades estaduais responsáveis para auxílio e troca de informações com a segurança no estádio - inclusive em carta enviada ao BEPE, ao com o Ministério Público, incluindo ofício ao promotor Rodrigo Terra, que respondeu no dia 3 de maio "não possuir a listagem dos torcedores impedidos de frequentar eventos esportivos".

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Fonte: ge
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