Sá Pinto não falou, mas certamente não gostou do que viu. Da tribuna do Beira-Rio, o português assistiu ao Vasco ser uma presa fácil para o Inter, na derrota por 2 a 0, neste domingo. Em queda livre, o time não vence há 35 dias, oito jogos (seis pelo Brasileiro) e completou quatro derrotas seguidas. A zona de rebaixamento, que parecia que passaria longe nesse ano, ficou mais próxima.
É importante ressaltar que o Vasco tem dois jogos a menos do que a maioria dos adversários. Porém, a queda de rendimento assusta. O time que chegou a liderar e há pouco mais de um mês estava no G-4, hoje está em 13º, ainda pode perder duas posições nessa segunda-feira e está a apenas dois pontos da zona de rebaixamento.
Além das questões táticas e técnicas, Sá Pinto e sua comissão têm a missão de recuperar a confiança de um elenco que se perdeu após começar tão bem o Brasileirão. Cano, por exemplo, não marca há oito jogos, e mais do que nunca o Vasco precisa de seu artilheiro para reagir.
Velho roteiro
Dessa vez não teve goleada, mas o roteiro foi muito parecido. Assim como nas recentes derrotas para Atlético-MG e Bahia, o Vasco começou acuado e viu o Inter construir a vitória com facilidade, ainda no primeiro tempo.
Falhas individuais, mais uma vez, foram muitas. Pikachu e Henrique voltaram a cometer erros decisivos, Castan foi mal no pênalti que originou o segundo gol e ninguém marcou Edenilson no primeiro gol do Inter.
Além disso, o Vasco foi inofensivo. O Inter atacou, sufocou, mais deixou espaços. Com a bola, no entanto, a equipe de Alexandre Grasseli não soube o que fazer. Fora um lampejo ou outro de Benítez, impressiona a dificuldade de criação do clube carioca.
Melhora sem indicação de reação
O segundo tempo começou com uma belíssima defesa de Fernando Miguel em chute de Thiago Galhardo. O lance impediu uma goleada e freou o ímpeto do Inter, que pouco fez depois disso. Significa que o Vasco foi melhor na etapa final? Na opinião de seu treinador, sim. O interino Alexandre Grasseli elogiou a postura e a atuação da equipe na etapa final.
- Tenho certeza que hoje foi o primeiro tempo do Inter com gols, e o segundo do Vasco sem gols – analisou Grasseli.
Talvez ele tenha exagerado. O time de fato melhorou, mas pouco criou ou incomodou. Cano finalizou nas mãos de Lomba, o próprio argentino e Carlinhos arriscaram chutes de fora da área e só. A sensação é que a tímida melhora do Vasco se deu mais pelo fato de o Inter ter pisado no freio do que por méritos da equipe carioca.
Melhor no segundo tempo ou não, fato é que em nenhum momento a equipe de São Januário passou a impressão de que reagiria e conseguiria algo diferente no placar.
Aposta em Sá Pinto
Em queda livre e sem sinais de evolução, o Vasco aposta todas suas fichas em Sá Pinto. O português chega com respaldo da torcida e, ao menos no discurso, com muita energia recolocar o time no caminho certo.
Em São Januário, entre todos, as primeiras impressões foram as melhores. Agora é hora de assumir, arregaçar as mangas e trabalhar. Até porque, pelo o que viu no Beira-Rio, ele sabe que terá muito trabalho pela frente.