Na véspera do duelo contra o Náutico, neste sábado, às 16h10, em São Januário, o assunto no Vasco foi outro: o não pagamento de salários, que em 15 dias completa três meses - e, neste sábado, dois meses do combinado com a diretoria do clube. A notícia deixou o clima pesado, justamente quando o resultado do jogo pode significar a manutenção ou a saída do Vasco do G-4 da Série B do Brasileiro.
O presidente Roberto Dinamite foi até o CFZ nesta sexta e conversou com o elenco durante alguns minutos a portas fechadas, prometendo adiantar receitas de TV para quitar o débito na semana que vem, no máximo.
— O clube vai solucionar os problemas. A gente trabalha com transparência e internamente todos estão cientes da situação — admitiu o diretor-executivo Rodrigo Caetano.
O pessimismo é grande quanto à não renovação do contrato com a Caixa Econômica por causa da falta de pagamento de impostos. Em campo, o otimismo com a chegada de Joel Santana passou e a realidade é que o time voltou a jogar mal e a não vencer por dois jogos. Com 40 pontos, o Vasco não briga nesta rodada para chegar à liderança.
Se o técnico teve pouco tempo de trabalho, alguns jogadores ilustram a queda de produção da equipe, especialmente os principais, como Douglas e Kleber. A defesa, outrora intransponível, acumula erros individuais. Sintomas que podem gerar algumas mudanças na equipe.
— Precisamos de um ataque mais positivo e só nos interessa vencer esta partida. Empatar dentro de casa é muito ruim, é quase como uma derrota — afirmou Joel, que pode dar nova chance a Edmilson de centroavante.
Kleber, que tem jogado saindo muito da área, ficaria pelos lados, com Maxi Rodriguez ocupando o outro. Para isso, Joel precisaria abrir mão de um dos volantes, e Aranda é o provável escolhido para ficar no banco, mas Fabrício também corre risco.
Outra possibilidade seria manter o trio de volantes, mas lançar Jhon Cley, que foi bem no jogo de estreia do treinador contra a Luverdense. Assim, a parte ofensiva voltaria a ter um só centroavante.
Para justificar a dificuldade do Vasco em engrenar na competição, Joel citou exemplos do Barcelona, que venceu aperto na Liga dos Campeões o modesto Apoel. O treinador também falou que a Alemanha jogou com quatro zagueiros na Copa do Mundo.
— Todo mundo que vem jogar com o Vasco vem fechado, luta por uma bola perdida, por um erro. Por isso temos que ter cuidado, não queremos dar chance — afirmou, ainda cauteloso.
Apesar da promoção feita pela diretoria do Vasco, a procura por ingressos é pequena. Apenas 2630 foram comercializados de forma antecipada pelo clube até o fim do dia de ontem. O bom ambiente com o torcedor é um desafio constante e complicado para uma equipe que não consegue se firmar.