A indefinição sobre a situação jurídica dos cinco jogadores do Vasco expulsos após o clássico de sábado contra o Flamengo deixa o Vasco em dúvida sobre como agir na partida contra o Nova Iguaçu, domingo, pela última rodada da Taça Rio. Em reunião com a diretoria e a comissão técnica na tarde de segunda-feira, o vice-jurídico do clube, Aníbal Rouxinol, desaconselhou a escalação de Rodolfo, Eduardo Costa e Fellipe Bastos - Fágner e Diego Souza, que receberam o terceiro cartão amarelo contra o Flamengo, já estão automaticamente suspensos. No entanto, para tirar qualquer dúvida, ele decidiu ir à federação nesta terça para conversar com o presidente Rubens Lopes e saber a real situação dos jogadores. Rouxinol entregará um ofício ao dirigente e lhe pedirá que responda oficialmente ao Vasco, por meio de um documento, se os cinco jogadores foram ou não expulsos. Dependendo da resposta, admite autorizar o técnico Cristóvão Borges a utilizar aqueles que tiverem condições.
Vou conversar com o Rubinho. Mas acho muito estranho ele (o juiz) dizer que não teve condições de expulsar com tantos policiais o protegendo explicou.
Além de relatar os fatos na súmula, Wagner dos Santos Rosa colocou um vê supostamente de vermelho ao lado dos nomes dos jogadores na escalação do Vasco no documento. Mesmo que não sejam considerados expulsos, os citados não escaparão ao julgamento no Tribunal de Justiça Desportiva do Rio (TJD-RJ), que ainda não tem data marcada. Assim que a procuradoria do TJD oferecer denúncia, Sérgio Saraiva, que acumula os cargos de vice-presidente e corregedor do tribunal, a enviará para uma das comissões disciplinares da casa e ele entrará em pauta. Segundo Saraiva, é provável que o caso seja julgado na semana que vem.
Juninho treina, Felipe não
Rouxinol não quis antecipar a estratégia de defesa do Vasco, mas o natural é que tente descaracterizar as denúncias por agressão. De acordo com o Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), se de uma agressão resultar lesão corporal grave, atestada por laudo médico, a pena será de suspensão de oito a vinte e quatro partidas. O problema é que, caso seja desferida contra árbitros, assistentes ou membros da equipe de arbitragem, a pena passa a ser por tempo, e num mínimo de 180 dias. Em caso de tentativa, a pena costuma ser reduzida em um terço. Segundo o presidente do STJD, Rubens Aprobatto, no entanto, o Vasco só não precisa temer ficar sem seus jogadores em jogos da Copa Libertadores:
A legislação da Confederação Sul-Americana é outra. Se o jogo entre Flamengo e Vasco fosse pela Libertadores, não seríamos nós que julgaríamos explicou.
Para a partida contra o Nacional, quinta-feira, em Montevidéu, o técnico Cristóvão Borges poderá contar com todos os envolvidos na confusão, como é bem provável que tenha Juninho à disposição. Ontem, ele fez um treino físico e se mostrou bem. Já Felipe saberá hoje o resultado de um exame no ombro. Ele foi poupado e apenas conversou com o treinador.