São poucos os felizardos que conseguiram comprar ingressos de meia-entrada para o segundo jogo da final da Copa do Brasil. Nos cinco postos de venda disponibilizados pelo Vasco, mandante da partida, é fácil encontrar rubro-negros e vascaínos reclamando da falta desse tipo de ingresso.
O fato é que a diretoria do Vasco determinou uma carga de 11 mil meias-entradas, do total de 44.500 ingressos. Ao contrário do Flamengo, mandante do primeiro jogo, que disponibilizou aos torcedores um sistema online de vendas (assim, as meias-entradas eram emitidas de acordo com a demanda).
Segundo o diretor de arrecadação do Flamengo, Flávio Pereira, 36% da carga total para a primeira partida foram de meias-entradas, o que soma cerca de 16 mil ingressos.
- Nós usamos o sistema online para que tenhamos um controle maior da nossa arrecadação e para que não tenhamos problemas com as meias-entradas - explicou.
Para Pereira, a lei se omite ao não limitar o número de meias-entradas para os jogos.
- Não estou defendendo o Vasco, mas é muito difícil para os clubes fazer um controle. E eles precisam estipular essa cota por causa do sistema que usam - disse.
Mas a lei estadual de número 2519/96, que regula a questão da meia-entrada, em nenhum momento estipula um limite para as mesmas. Para o advogado Leven Siano, o Vasco, como no jogo das semifinais contra o Fluminense, quando disponibilizou apenas três pontos de venda, infringe a lei.
- A limitação de ingressos de meia-entrada é ilegal. Todo estudante que for ao guichê pedindo meia-entrada, portando carteirinha, tem de ser atendido, caso haja ingressos. Caso o estudante não faça valer seu direito, ele pode comprar o ingresso integral e entrar na Justiça para pedir reembolso - disse Siano.
A reportagem tentou contato com responsáveis pelo assunto no Vasco, mas não foi atendida.