A disputa pelo o que ainda resta do futebol de Emerson Sheik, atacante de 36 anos, promete agitar a semana.
Flamengo e Vasco disputam a preferência do jogador que tem contrato com o Corinthians até o dia 31 de julho.
Os dois clubes acenaram com propostas que atendem às expectativas, mas, como já falamos, uma diferença importante: os rubro-negros iniciaram a negociação com o agente do atleta, enquanto os vascaínos tentaram tratar diretamente com o jogador.
Moral da história: além do desconforto, o Flamengo pôs-se em vantagem na operação...
CONCORRÊNCIA.
Na última terça-feira, chegou-se a noticiar um provável acerto com o Vasco logo após o primeiro contato com o jogador.
O próprio Sheik estranhou o vazamento e reagiu com ironia através de sua conta no twitter.
"Quanta imaginação das pessoas...", escreveu.
Àquela altura, Rodrigo Caetano, o executivo do futebol do Flamengo, já conversava com Reinaldo Pitta, representante de Emerson, a quem encaminhou a oferta rubro-negra.
O empresário confirma as conversas, mas nega o acerto.
E diz que só abrirá negociação após o distrato com o Corinthians.
SALDO.
É fácil de entender o motivo. Como as bases oferecidas pelos cariocas (fala-se em R$ 300 mil mensais) são quase 40% a menos do que os salários pagos pelo Corinthians, não há interesse em antecipar o futuro, enquanto não houver acerto com o clube paulista.
A rigor, Emerson tem 50 dias a receber do Timão e não abre mão de ser remunerado pelos valores do atual contrato.
Se valer o valor divulgado pela mídia (em torno de R$ 500 mil mensais!), Sheik ainda teria direito a cerca de R$ 800 mil...
DISPUTA.
Seja lá qual for o desfecho, a decisão de investir na contratação de Sheik é reflexo do momento desesperador dos dois clubes.
Rodrigo Caetano, disciplinador severo, nunca se empolgou com o estilo gazeteiro de Emerson.
Fica claro, ao menos para mim, que a decisão tem o dedo do vice de futebol Alexandre Wrobel, a cada dia mais pressionado por torcedores e conselheiros.
E Eurico Miranda, que bradava não pagar mais do que R$ 150 mil de salários, já viu que se não refizer a folha, o respeito dá no pé.
Ou seja: futebol no Brasil ainda está longe de se livrar do amadorismo.