Futebol

Vasco e Bahia são apontados como favoritos na disputa pela Série B

Do Norte ao Sul do Brasil, 14 estados estão representados nos 20 clubes da Série B de 2016, que tem início nesta sexta-feira. Pela terceira vez, a principal atração do torneio é o Vasco. No entanto, neste ano o Cruz-Maltino entra com outra condição. Será difícil encontrar alguém que não coloque a equipe carioca entre os quatro classificados à Série A no final do ano. Mas a Segundona não se resume ao time de Jorginho.

O GloboEsporte.com apresenta todas as equipes em disputa divididas em quatro categorias: os favoritos, onde está o Vasco, os que estão na briga, aqueles que correm por fora e os clubes cujo único objetivo é o de não cair para a Série C. A luta pelo acesso deve ser equilibrada. O Bahia não poupou gastos para montar uma equipe competitiva. O Goiás trouxe de volta o seu ídolo Léo Lima e deve ser um dos protagonistas. A tradição de Ceará, Náutico e do embalado Paysandu pode fazer diferença. Na outra ponta, Vila Nova, Brasil de Pelotas, Tupi-MG e Oeste têm com o que se preocupar.

O pontapé inicial fica por conta do trio goiano: Vila Nova e Bragantino se enfrentam às 19h15 no Serra Dourada, às 20h30 o Atlético-GO visita o Oeste, e às 21h30 o Goiás encara o Tupi-MG em Juiz de Fora.

FAVORITOS

Aqui está o grupo mais seleto da Série B em 2016. Bahia e Vasco começam a Segundona um passo à frente dos demais. O Tricolor baiano derrapou no ano passado. Se manteve no G-4 por um bom tempo, mas decepcionou. Neste ano, conta novamente com elenco de sobra para retornar à Série A. O Cruz-Maltino vive ótima fase e não há quem não o liste entre os candidatos ao título e ao acesso. 

BAHIA

Pelo segundo ano seguido, o Bahia chega para a disputa da Série B como um dos favoritos ao acesso. Após fracassar no ano passado, o Tricolor montou um time mais forte neste ano. Marcelo Lomba, Renato Cajá, Thiago Ribeiro e Hernane - atletas que disputaram a Série A do ano passado - são os principais nomes comandados por Doriva. Apesar da eliminação na Copa do Nordeste e do vice-campeonato no Baiano, a equipe conseguiu uma grande conquista no último domingo: a reaproximação com a torcida. A diretoria promete novas contratações para a Série B, mas o principal reforço deve ser mesmo a apoio da arquibancada.

VASCO

O Vasco chega em alta para disputa da terceira Série B de sua história. Campeão em 2009 e terceiro colocado cinco anos depois, o Cruz-Maltino inicia a competição embalado pela conquista invicta do bicampeonato carioca e com uma equipe sólida. Com Nenê e Martín Silva como expoentes técnicos, o time de Jorginho teve oito confrontos com rivais da primeira divisão em 2016: cinco vitórias e três empates. Com a base que caiu no ano passado mantida, mas com média de idade alta, o clube busca reforços pontuais. Os 11 titulares, por sua vez, serão em sua maioria os que já foram decorados pelo torcedor nos quatro primeiros meses do ano: Martín, Madson, Luan, Rodrigo e Julio Cesar; Mattos, Julio dos Santos, Andrezinho e Nenê; Jorge Henrique e Riascos.

NA BRIGA

Dois clubes que caíram da Série A integram este bloco. Aqui estão aqueles que dificilmente disputarão a taça, mas não podem ser desconsiderados na luta pelo acesso. O Goiás teve ampla reformulação após a queda. A permanência na Série B seria frustrante. O Joinville tenta o mesmo caminho. O embalado Paysandu pode surpreender. Os tradicionais Ceará, Náutico e Paraná estão na fila de espera há algum tempo e não podem ser ignorados.

CEARÁ

Em Porangabuçu, a ideia é dar a volta por cima após a péssima Série B de 2015. Mesmo que o primeiro semestre do Ceará não tenha sido como planejado (o Vovô caiu nas quartas da Copa do Nordeste e sequer avançou às semis no Campeonato Cearense), o Alvinegro se reformulou para o Brasileirão. Sérgio Soares assumiu o comando técnico, dispensou alguns nomes e contratou outros como o experiente zagueiro Antônio Carlos. Na linha de frente, irá contar com Rafael Costa e Assisinho (Bill, artilheiro do Vovô em 2014 com 24 gols, deve começar o campeonato como opção na reserva). Com uma nova filosofia e ainda se reconstruindo, o Ceará pode até não ser mais favorito ao título, mas certamente está entre aqueles que brigarão até o fim por uma vaga na Série A. 

GOIÁS

Apesar da conquista do título goiano, o Goiás deve bom futebol em 2016. O rendimento do Esmeraldino caiu ao longo da fase de classificação no estadual e impactou também na Copa do Brasil, competição em que o Verdão foi eliminado pelo River-PI ainda na primeira fase. Mesmo assim, o clube tem elementos dentro e fora de campo que o credenciam para lutar pelo acesso. Além da famosa estrutura, o Goiás tem nomes experientes, como o diretor Felipe Ximenes, o técnico Enderson Moreira, o goleiro Renan, o volante Wendel e o meia-atacante Daniel Carvalho. Outra aposta é o veterano Léo Lima, de 34 anos. Contratado, ele aprimora a forma física e deverá entrar em campo em algumas semanas. O maior problema é o início de campanha. Punido pelo STJD, o Goiás só atuará no Serra Dourada na sétima rodada.

JOINVILLE

Depois de chegar ao seu terceiro vice-campeonato seguido do Catarinense - esteve nas finais de 2014, 2015 e 2016 - o Joinville aposta no bom momento que vive. Apesar da perda do título estadual, a equipe comandada pelo técnico Hemerson Maria, responsável pelo título que garantiu o acesso em 2014, encontrou uma solidez defensiva. Por outro lado, o ponto fraco do JEC passa pelo seu ataque, que sofre para balançar as redes rivais. O clube conta também com a força do seu torcedor na Arena Joinville para ficar sempre na parte alta da tabela e voltar à Série A um ano após sua queda. A equipe conta com uma base nos últimos anos e tem como principais nomes Agenor (goleiro), Bruno Aguiar (zagueiro), Naldo (volante) e Murilo (meia).

NÁUTICO

Em 2015, o Náutico foi o quinto colocado da Série B. Deixou o acesso escapar por uma posição - e dois pontos. A fim de não repetir o trauma da temporada passada, o Timbu aposta no comando de um velho conhecido da torcida: o técnico Alexandre Gallo, que substituiu Gilmar Dal Pozzo após a queda da equipe no Pernambucano. Não foi só o treinador que mudou. O grupo teve quatro dispensas e deve ter pelo menos oito reforços. A estrutura permanece, sobretudo a defensiva - o que credencia a equipe a estar na luta pelo acesso à primeira divisão. Não como favorito, mas definitivamente na briga.

PARANÁ

Se nos anos anteriores o discurso do Paraná era o de disputar uma vaga na Série A, neste ano a vontade de cumprir tal objetivo tem um componente a mais: o planejamento. Com a contratação do técnico Claudinei Oliveira ainda no fim do ano passado, reforços definidos estrategicamente, o Tricolor começou o ano com bons resultados. Se classificou em primeiro lugar na primeira fase do Paranaense e caiu somente na semifinal para o campeão Atlético-PR. A boa montagem tática de Claudinei se destaca no sistema ofensivo: Valber, Nadson, Robson no meio, e Lúcio Flávio no ataque, que é o artilheiro do time com nove gols. A diretoria ainda busca reforços e fechou com revelações do estadual, como o lateral Diego Tavares e o meia Murilo, do Toledo, além do atacante Robert, do Vitória, e o meia-atacante Marcelinho, do Ituano.

PAYSANDU

O Paysandu inicia a Série B empolgado com os títulos do Campeonato Paraense e a inédita Copa Verde. O clube, sétimo colocado na competição do ano passado, é um dos favoritos para garantir o acesso, principal objetivo traçado pela diretoria em 2016, e quem sabe faturar o tricampeonato da Segundona ou, pelo menos, o acesso, principal objetivo da diretoria em 2016. A equipe comandada pelo técnico Dado Cavalcanti, que está há um ano e três meses no cargo, manteve atletas que se destacaram na temporada passada, como o goleiro Emerson, o lateral esquerdo João Lucas, o volante Augusto Recife e o atacante Leandro Cearense. O Papão apostou nas chegadas dos meias Rafael Costa, ex-RB Brasil, e Celsinho, conhecido pela semelhança física com Ronaldinho Gaúcho, além do atacante Alexandro, que estava na Ponte Preta.

CORRENDO POR FORA

Aqui estão aqueles que devem chegar às últimas rodadas apenas para cumprir tabela. Beliscar o G-4 seria uma surpresa. Não tanto para Sampaio e Criciúma, equipes fortes em seus estádios, mas que sofrem com a irregularidade. Os demais não dão tantas esperanças aos seus torcedores. Mas também não os fazem temer a Série C.

ATLÉTICO-GO

Ao contrário do ano passado, a diretoria conseguiu manter a base. A maioria dos jogadores estava no elenco já na última edição da Série B. E, apesar da eliminação na semifinal do Campeonato Goiano, não houve grande reformulação. Apenas quatro jogadores foram contratados até agora, com destaque para Michel, volante que disputou o Paulistão pelo Novorizontino. Dos reforços, ele será o único titular na estreia, contra o Oeste. O técnico Marcelo Cabo, a principal novidade do Dragão para o Brasileiro, conta com jogadores já bastante conhecidos da torcida rubro-negra, como o goleiro Márcio, o volante Pedro Bambu, o meia Jorginho e o atacante Júnior Viçosa.

AVAÍ

O ano de 2016 não começou nada positivo para o Avaí. O rebaixamento à Série B no fim da temporada passada evidenciou muitos problemas na equipe azurra. No Catarinense, o time até começou bem, mas não conseguiu manter o embalo e correu risco de queda mais uma vez. Em outra competição, a Copa do Brasil, acabou eliminado no início da semana e agora prioriza apenas a Segundona. A meta é tentar voltar à elite do ano que vem, mas o elenco, comissão técnica e diretoria sabem que a caminhada será complicada. O Leão inicia o torneio sem Marquinhos, que se recupera de uma cirurgia, mas conta com a experiência de William no setor ofensivo e a qualidade de Renan no gol em uma equipe reformulada e cheia de caras novas.

BRAGANTINO

Após ficar perto do acesso à Série A em 2015, o Bragantino sonha novamente brigar por uma vaga na elite neste ano. O time manteve alguns jogadores da última temporada e trouxe outros no início do ano. Dentre os reforços, destaque para a volta do atacante Lincom, maior artilheiro da história do clube e que estava emprestado ao Corinthians. O atacante Tiago Santos, principal goleador da equipe na Série A2 do Paulista, é outro destaque do elenco. No comando do time está Léo Condé, que assumiu o grupo no começo de 2016 no lugar de Wagner Lopes.

CRICIÚMA

Após um estadual irregular e a eliminação ainda na primeira fase da Copa do Brasil, o Criciúma tenta se recuperar na única competição presente no calendário do clube no segundo semestre de 2016. E assim como fez na edição passada, vai mesclar nomes mais experientes, como do goleiro Luiz, o meia Elvis e do zagueiro Diego Giaretta, com as joias da base e que vêm se destacando com a camisa preta, branca e amarela - Barreto, Ezequiel, Marlon, Gustavo e Douglas Moreira. No ano passado, a participação do Tigre foi decepcionante. Correu risco de rebaixamento à Série C. Sob a batuta do técnico Roberto Cavalo, o time aposta no Heriberto Hülse, onde costuma formar um caldeirão, para voltar a ter bons resultados.

LONDRINA

O Londrina retorna à Série B do Brasileiro após 12 anos e em meio a um ano de afirmação. Nos últimos cinco anos, o clube passou por uma reestruturação. Saiu da Segunda Divisão do Paranaense, caminhou pelas Séries D e C, com um título paranaense no meio do caminho. Ainda com um orçamento limitado, o time mantém a base que garantiu o acesso em 2015 e que disputou o Paranaense neste ano. No estadual, parou nas quartas de final com derrota para o campeão Atlético-PR. As contratações ainda são tímidas, apesar da aposta no atacante Keirrison, que luta para se recuperar fisicamente e ganhar espaço entre os titulares. O momento também é a primeira chance do técnico Claudio Tencati mostrar que está preparado para os voos mais altos do Tubarão. Comandante do time há cinco anos, ele nunca treinou uma equipe de Série B.

LUVERDENSE

O título do Campeonato Mato-Grossense, que não vinha desde 2012, é uma das motivações do Luverdense. A equpe vai para a terceira disputa de Série B seguida. O clube da cidade de Lucas do Rio Verde (350 km de Cuiabá) se apega na experiência maior que adquiriu na competição para tentar surpreender novamente. No ano passado, o Verdão do Norte chegou a brigar pelo G-4 na reta final. Com a volta de jogadores como o volante Muralha, ex-Flamengo, e a manutenção da base campeã estadual, o time quer primeiro atingir os 45 pontos necessários para escapar da queda, e só depois pensar em algo maior. O técnico é Júnior Rocha, que está no comando da equipe desde 2013, na campanha que garantiu o acesso para a Série B. O estádio Passo das Emas é local de treinos e jogos do time, com capacidade para 10 mil torcedores. A média de público, porém, não chega a mil pagantes. 

SAMPAIO CORRÊA

Finalista do Campeonato Maranhense, o Sampaio chega para a Série B tentando repetir as boas campanhas de suas duas primeiras temporadas, quando sempre apareceu na briga por uma vaga no G-4. Para 2016, o Tricolor aposta no técnico Petkovic, que assumiu o cargo logo após a demissão de Marcelo Chamusca. O volante Marcos Assunção poderia ser um dos principais jogadores do elenco, mas anunciou a aposentadoria após dois jogos com a camisa do time maranhense. Com isso, Edgar, artilheiro da equipe na temporada, com 10 gols, assume o posto de destaque no início da competição.

SOB RISCO

Se você torce para uma destas equipes abaixo, sabe que é preciso humildade. Permanecer na Série B já é lucro. Não em vão aqui estão três times que subiram da Série C. Mas, claro, em um campeonato tão longo e equilibrado, é permitido ter esperanças.

BRASIL DE PELOTAS

O Brasil de Pelotas inicia uma jornada histórica na Série B. Contará com o apoio da apaixonada torcida xavante e de todo o estado, já que um clube do Rio Grande do Sul não figura na segunda divisão nacional desde 2009. Até o momento, disputou três amistosos para a competição, com três vitórias sobre time de transição do Grêmio, Inter B e Sindicato dos Atletas do RS. Para a disputa, contratou três jogadores: o volante Marcão, o lateral-esquerdo Marlon e o atacante Siloé, ex-Inter, além de ter renovado contrato com o meia Marcos Paraná. Diversos jogadores deixaram o clube após o Gauchão, como o volante Márcio Hahn e o lateral-direito Moisés. A equipe gaúcha contará com um Bento Freitas em obras para a Série B, o que pode diminuir o apoio. No estadual, passou na última rodada da primeira fase e foi eliminado pelo Grêmio nas quartas. Pelo que fez até aqui em 2016, o Brasil briga para não voltar para a Série C. 

CRB

O CRB enfrentou dificuldades no início da temporada. Resultados ruins abalaram a relação entre a torcida e o técnico Mazola Júnior, contratado no ano passado e um dos responsáveis pela melhor campanha do Galo nos pontos corridos da Série B. O cenário se abriu nas últimas semanas, e a conquista do título alagoano diminuiu a pressão. O clube, que inaugurou um moderno CT em dezembro, tem a base formada em 2015 e está mobilizado para contratar reforços capazes de mudar o patamar da equipe. Pelo poder de investimento, o CRB ainda entra na disputa do Brasileiro sob risco de queda. Até agora, o principal reforço é o meia Gerson Magrão, que se destacou no ano passado e volta a Alagoas para comandar o setor de criação.

OESTE

O Rubrão não vive um de seus melhores momentos às vésperas da Série B – vem de rebaixamento no Paulistão, seu estádio não está liberado para a estreia, e um acordo de parceria com Osasco Audax não avançou –, mas mesmo assim o discurso no clube é o de mudar seu retrospecto na competição. Afinal, desde que estreou na Segunda Divisão nacional, em 2013, o time de Itápolis não fez outra coisa a não ser lutar contra a degola. Após o fiasco no estadual, o time se reformulou: demitiu uma dezena de atletas, contratou o mesmo tanto em reforços – nenhum nome de impacto – e chamou o técnico Roberto Fonseca para a difícil missão de reescrever a história do time na competição.

TUPI-MG

O Tupi-MG entra na Série B com um único objetivo: não ser rebaixado. Internamente, a diretoria acredita que o clube terá a menor folha salarial da competição, e os reforços até agora foram modestos. O principal deles é Giancarlo, experiente atacante com passagens por Portuguesa, Paraná e Ponte Preta. O técnico Ricardo Drubscky, ex-Flu, Goiás e Atlético-PR, foi campeão da Série D EM 2011 pelo Galo Carijó e pelo menos tem respaldo suficiente para aguentar uma série de resultados ruins. Na retaguarda, o time de Juiz de Fora conta com o diretor executivo Gustavo Mendes, ex-Fluminense e com passagens pelo Macaé.

VILA NOVA

Rebaixado no Campeonato Goiano e na Série B em 2014, o Tigrão conseguiu recuperar-se na temporada passada. Os títulos na segunda divisão estadual e na Série C do Brasileiro, no entanto, não tranquilizam o torcedor colorado. Desde que o campeonato passou a ser disputado no sistema de pontos corridos, em 2006, o Vila participou do torneio seis vezes e foi rebaixado em três. O drama tem sido suportar os oito meses de disputa sem maiores problemas dentro ou fora de campo. A diretoria aposta na forte defesa, que sofreu apenas 12 gols no Campeonato Goiano. Na frente, nomes conhecidos como Frontini, artilheiro da equipe, e Vandinho, ex-Flamengo, são as esperanças de gol.

Fonte: ge
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