Rio - Vasco e Corinthians fazem às 16h em São Januário um duelo recheado de coincidências. Se hoje o momento é de alegria no Campeonato Brasileiro, com os dois times na primeira e segunda posições, respectivamente, a história recente foi de muito sofrimento e de vergonha.
Em 2007, o torcedor corintiano viu o Timão ir ao fundo do poço ao cair para a Série B. No ano seguinte, foi a vez do Vasco passar pela mesma humilhação no Brasileiro. Sem ter o que fazer, os dois times encaram a situação de frente e foram abraçados por seus fanáticos torcedores.
No caso do Corinthians, antes mesmo de cair, o Bando de Loucos já começou a apoiar o elenco. Já o Vasco investiu pesado num projeto para buscar novos sócios, sob o comando de Roberto Dinamite (eleito em junho de 2008), e teve que começar do zero. Os torcedores corresponderam com o movimento O Sentimento Não Pode Parar.
Um dos símbolos deste período de turbulência, o goleiro Fernando Prass conta que essa relação ficou marcada.
\"Pai de filho rico, todo mundo quer ser. O Vasco não tinha dinheiro, nem time. Eram oito meninos da base e quatro contratados. A torcida abraçou o clube porque time mesmo não tinha. Provou que a instituição está acima de tudo\", afirma.
O título da Série B foi conquistado por ambos os clubes e a situação clareou. E as coincidências não foram só nos momentos de tristeza. No mesmo ano em que subiu, em 2009, o Corinthians foi campeão da Copa do Brasil enquanto o Vasco demorou um ano a mais, após o retorno à elite, mas também colocou este título inédito em sua galeria de troféus.
O Vasco repatriou dois grandes ídolos dos anos de glória: Felipe e Juninho Pernambucano. Enquanto o Timão apostou em Liedson. O atacante caiu nas graças da torcida em 2003, quando foi campeão paulista.
Hoje, Vasco e Corinthians sempre às voltas com desfalques em seus times por conta de terem jogadores convocados para a seleção brasileira por Mano Menezes estão atrás do mesmo objetivo: o Brasileiro de 2011. E desta vez, a coincidência dará lugar a diferença: só um será o campeão.