Um dos clássicos da propaganda brasileira dizia num comercial de pneus que “potência não é nada sem controle”. A Quaest Consultoria e Pesquisa adapta isso para o universo das redes sociais e com seu Índice de Popularidade Digital (IPD) mostra que seguidor não é nada sem engajamento.
Embora os três clubes de maior torcida do País mantenham as mesmas posições no ranking IPD, com o Flamengo em primeiro, o Corinthians em segundo, e o Palmeiras em terceiro, o Vasco, que é sexto em quantidade de torcedores, ocupa a quarta colocação. E o Top-5 é fechado pelo Fluminense.
“O Fluminense pode ser considerado o fenômeno desse ranking do Índice de Popularidade Digital, pois não está entre as doze maiores torcidas do Brasil, mas tem papel de destaque nas redes”, analisa Felipe Nunes, diretor da Quaest Consultoria e Pesquisa, que desenvolveu o IPD.
Força digital do Fluminense supera números absolutos
Com 1% na classificação das torcidas pelo tamanho, dividindo a 13ª posição com outros nove times, o clube das Laranjeiras tem um IPD superior por exemplo ao do São Paulo, que tem oito vezes mais torcedores do que ele, ou à dupla mineira, Atlético e Cruzeiro, que têm cinco vezes, cada.
Somando as cinco redes sociais, Facebook, Twitter, Instagram, YouTube e TikTok, o Fluminense também leva uma lavada desse trio, pois o tricolor paulista soma 19,2 milhões, o alvinegro mineiro 10,2 milhões, e os celestes, 9,2 milhões.
O tricolor carioca tem 5,7 milhões nas suas cinco redes juntas, mas consegue obter mais engajamento do que clubes com massas de torcedores e seguidores em redes muito superiores ao que tem.
Na Série B, Sport é “intruso” no ranking
Outro destaque é o Sport, único entre os dez primeiros colocados do Ranking IPD que em 2023 disputará a Série B do Campeonato Brasileiro. O Leão é nono colocado, à frente do Cruzeiro, que tem mais do que o dobro da sua torcida e quase três vezes a mais de seguidores nas redes sociais.
O rubro-negro pernambucano supera ainda Internacional, que tem o dobro de seguidores, e Santos, o triplo. E está encostado no Grêmio, que também é três vezes mais forte do que ele em quantidade nas redes sociais.
O Vasco, que é sétimo em quantidade de torcedores, também experimenta um salto no Ranking IPD e fica atrás apenas de Palmeiras, Corinthians e Flamengo, donos das três maiores torcidas do Brasil.
Explicação
“O IPD é um algoritmo que combina várias dimensões. Há times com muita fama mas baixo engajamento, esses são classificados com menor IPD. Outros, têm torcida menor, mas muito engajada, esses conseguem ampliar o alcance da imagem do clube, e têm maior IPD. Ter grande torcida e muito seguidor é fácil, difícil, que é o que dá grande resultado ao final do dia, é conseguir, mesmo com um baixo número de seguidores, ter sua base sempre mobilizada e engajada. Por isso o IPD tem revolucionado a maneira de interpretar desempenho digital de marcas e personalidades”, explica Felipe Nunes, diretor da Quaest e um dos criadores do IPD.
A metodologia, que é exclusiva da Quaest, faz a métrica do IPD de personalidades ou marcas partindo de cinco princípios: presença digital (número de redes sociais ativas), engajamento (volume de reações e comentários pelo número de postagens nas redes), valência (proporção de reações positivas ou negativas ao conteúdo), fama (mensura o público total nas redes sociais) e mobilização (total de compartilhamentos de conteúdos nas redes sociais).
Num mundo cada vez mais digital, um desafio para os clubes brasileiros é o campeonato virtual, que eles disputam nas redes. E esse jogo é muito parecido com o disputado dentro das quatro linhas, pois a qualidade faz muito mais diferença que a quantidade.