Há uma discussão em curso entre clubes e a Globo para mudar, novamente, os critérios de premiação da Série A, e uma das propostas envolve tirar dinheiro do campeão. O debate tem como objetivo remunerar os times que forem rebaixados no ano, pois, em 2019, eles ficaram sem a sua cota por posição no Nacional. Uma nova reunião entre os dirigentes deve definir os valores de cada posição.
Pelo novo contrato do Brasileiro, a verba dos direitos de TV aberta e fechada é dividida em três fatias: 40% igual, 30% por exibição e 30% por posição no campeonato. E o critério para as colocações foi de que os quatro times rebaixados não teriam direito a essa fatia.
No ano passado, em uma reunião, o Avaí reclamou que esse critério era injusto. A Globo concordou, já que os times rebaixados participam do campeonato, e passou a estudar uma modificação no critério. Na última sexta-feira, foi apresentada uma proposta aos clubes. Pela ideia da emissora, seria tirado dinheiro de 12 times, do quinto ao 16º. Os quatro primeiros clubes, incluindo o campeão, seriam preservados de perda.
O campeão do Brasileiro tem direito a R$ 33 milhões de prêmio, valor ganho pelo Flamengo em 2019; o vice ganha R$ 1,6 milhão a menos, e assim sucessivamente até o décimo colocado, como já publicado no blog. Pela fórmula da Globo, esse valor do vencedor do campeonato seria preservado.
Mas, durante a reunião, dirigentes de Palmeiras e Vasco se opuseram a essa primeira proposta. Os dois clubes entenderam que os clubes em todas as posições devem perder para remunerar os rebaixados. Com essa discordância, foi marcada nova reunião entre os clubes para a próxima segunda-feira para debater a divisão do dinheiro. O encontro será no Rio de Janeiro, em local a definir.
Pelo contrato, quem decide a distribuição do dinheiro são os clubes. A Globo pode dar sugestões e participar, mas a palavra final é dos clubes. A votação é por maioria. Mas há complexidades no contrato que dão maior poder a alguns times na decisão.
No meio do encontro, o presidente do Bahia, Guilherme Bellintani, chegou a sugerir o fim dos Estaduais, com a transferência do dinheiro da televisão para o Brasileiro. Perguntou para o diretor da Globo, Fernando Manuel, se a emissora iria transferir os recursos gastos com as competições para a Série A. A princípio, ele concordou que a emissora manteria o investimento.