O Vasco da Gama recebeu com surpresa e indignação a decisão do Desembargador André Luiz Cidra, proferida na noite desta quarta-feira, 16/8, revertendo a decisão da primeira instância que autorizava o Vasco a mandar seu jogo contra o Atlético-MG, no próximo domingo, no Estádio do Maracanã. Pela decisão em vigor, no momento o Vasco da Gama está na inédita e absurda situação de se ver impedido pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) de jogar no Maracanã, assim como proibido de receber seus torcedores no seu próprio estádio de São Januário.
O Maracanã é um bem público do Estado do Rio de Janeiro. Na proposta feita pelo CR Flamengo ao estado para administrar o Maracanã assim como no Termo de Permissão de Uso assinado com o Poder Público Estadual, encontra-se a obrigação expressa de ceder o estádio aos demais clubes do Rio de Janeiro, em igualdade de condições. Esse direito do Vasco da Gama foi garantido pelo TJRJ por cinco vezes, três em primeira instância e duas em segunda. A decisão de hoje simplesmente ignora o direito dos torcedores do Vasco assistirem aos jogos de seu clube num estádio público que foi construído e reformado com os impostos pagos por eles próprios.
A insistência de Flamengo e Fluminense, em verdade, não prejudica apenas o Vasco, mas também expõe o Governo do Estado do Rio de Janeiro, a Justiça Desportiva, a Casa Civil, a FFERJ, a CBF, além de empresas privadas que fazem as manutenções do Maracanã. Tal insistência expõe, ainda, o futebol e a sociedade carioca.
A alegação de que o Vasco vai prejudicar o gramado, tendo mandado o último jogo no Maracanã em Abril, desafia a inteligência dos torcedores, da Federação, da Confederação e da sociedade. Cabe lembrar que por 18 vezes houve partidas em dias consecutivos no Maracanã esse ano. E, não, o Vasco não jogou esses 18 jogos.
A partida Vasco x Atlético-MG tem enorme apelo de público pela tradição, pela amizade e pelas circunstâncias das duas equipes na competição. Os torcedores do Vasco recepcionarão os torcedores do Atlético-MG de braços abertos no Rio, para mais uma festa em celebração à amizade e ao futebol.
Lamentamos profundamente o ocorrido e continuamos a acreditar na justiça e no futebol, razão pela qual faremos todo o esforço que estiver ao nosso alcance para que este absurdo não prevaleça.