Na ponta do lápis e com calculadora em mãos, o Vasco fechou o primeiro turno da Série B em boas condições. Segundo colocado, com 35 pontos, o clube na teoria já superou mais da metade do caminho pelo acesso. Os últimos jogos, no entanto, ligaram o sinal de alerta. A situação ainda é confortável, mas o time não vem pontuando com a mesma regularidade.
Ainda não há motivo para pânico. Em média, desde que a competição passou a ser disputada em pontos corridos por 20 equipes, são necessários 63 pontos para garantir o acesso. Foi com essa pontuação que o Avaí, quarto colocado da Série de 2021, subiu no ano passado, por exemplo. Nesse ano, por conta do equilíbrio, matemáticos projetam que 62 é o número mágico.
Ou seja, se realizar uma campanha semelhante no returno o Vasco subirá com tranquilidade. Hoje, a diferença para o Tombense, quinto colocado, é de sete pontos, o que ainda dá uma boa gordura para o time de Maurício Souza.
O que preocupa, no entanto, é a queda de rendimento. Nos últimos jogos a média de pontuação despencou. Até a 14ª rodada, quando se manteve invicto, o Vasco fez 30 pontos e teve média de 2,15 pontos por rodada.
Nos últimos cinco jogos o cenário mudou. Desde a perda de invencibilidade para o Novorizontino (15ª rodada), foram cinco partidas: uma vitória, dois empates duas derrotas e a conquista de apenas um terço dos pontos possíveis em disputa. A média caiu para um ponto por rodada.
"Acho que o quinto colocado está muito mais preocupado com a gente do que a gente com o quinto", afirmou Maurício Souza após o empate com o Ituano.
- São sete pontos, uma vantagem considerável, inicia o segundo turno agora. Temos nossas contas, sabemos quanto temos que fazer de pontuação para chegar, temos nosso planejamento de equipe a equipe. Claro que pensamos em ganhar todos os jogos, mas a gente vê, só não vê quem não quer, quem só quer criticar, que é uma Série B extremamente difícil, jogos pesados – acrescentou o treinador.
Campanha democrática
Ao olhar a classificação final do primeiro turno, dá para dizer que o Vasco teve uma campanha democrática. A equipe ganhou e perdeu praticamente o mesmo números de pontos em confrontos tanto com times que disputam as primeiras colocações quanto com que os disputam as últimas.
Contra Cruzeiro, Bahia e Grêmio, que são os clubes que fecham o G-4 da Série B, o Vasco conquistou duas vitórias e um empate, por exemplo. Por outro lado, não conseguiu vencer Vila Nova e Guarani, que são os dois últimos colocados da competição.
Após trégua, vaias voltam
Obviamente é normal qualquer clube oscilar dentro de uma competição longa como a Série B, e a situação da tabela ainda é confortável. A sintonia com a torcida, porém, já não é a mesma. Após um período de trégua, as vaias voltaram. No empate com Sport, no Maracanã, o alvo foi Maurício Souza. Contra o Ituano, nesta terça, em São Januário, o treinador voltou a ser muito hostilizado, mas a fúria respingou em alguns atletas. Casos de Edimar e Gabriel Pec, por exemplo.
- O que posso falar é que continuem apoiando, enchendo São Januário, dando crédito. É um grupo trabalhador, é unido, que sabe da responsabilidade. Quanto aos gritos, que os gritos venham para mim. Não me incomodam, prefiro até que venham para mim e liberem os jogadores. Que entendam que eles estão tentando o melhor – disse o treinador.
O Vasco volta a campo no próximo sábado e abre o returno da Série B contra o Vila Nova, às 16h30 (de Brasília), no Serra Dourada.