A voz rouca impôs respeito, mais do que nunca. Paulo Autuori, na última entrevista coletiva antes da estreia do Vasco no Campeonato Brasileiro, deu os sinais de tensão. O corte seco com as palavras e a falta de paciência em alguns momentos lembrou o conhecido estilo ranzinza de Muricy Ramalho. Nada mais justo. Sem os reforços que gostaria e com toda a pressão do mundo nas costas, o treinador vascaíno colocará à prova neste sábado, às 18h30m, contra a Portuguesa, o resultado de longos e intensos 26 dias de trabalho.
À frente de um time sem astros, Autuori desponta como a única figura com luz própria. Não é à toa que canaliza para si as esperanças dos torcedores e o otimismo da diretoria. Diante do rótulo de coadjuvante que cai sobre o Vasco neste início de competição, o treinador tenta mostrar naturalidade.
Encaramos normalmente a descrença das pessoas e, muitas vezes, do nosso próprio torcedor. Não ficamos chateados. Não adianta falarmos muito. As pessoas falam muito atualmente no futebol. Queremos que as coisas aconteçam. Não quero o Vasco no caminho de palavras que não são respaldadas por atitudes ou atos afirmou.
Em uma aposta no trabalho que foi aprimorado durante quase um mês, o treinador optou por barrar um dos jogadores mais experientes do time de São Januário, o lateral-direito Nei. Elsinho será o titular, enquanto Yotún começará jogando pela esquerda.
Na zaga, Renato Silva aparecerá na equipe, já que se recuperou a tempo das dores musculares que vinha tendo, e formará dupla com Luan.
Já que poucos acreditam nos ovos da cozinha vascaína, se sair uma omelete do jogo deste sábado na Colina, muito será por causa do toque pessoal do treinador.
Depois de tudo que foi trabalhado, mais do que um resultado positivo, espero que possamos colocar em prática algo parecido com futebol disse Paulo Autuori.