Ainda em situação financeira delicada e devendo dezembro, 13º e férias a jogadores e funcionários, o Vasco vive a expectativa de ganhar um considerável alívio em breve em seus cofres. Caso se confirme tudo o que é esperado, o clube pode ter um aporte de cerca de R$ 30 milhões.
A verba mais assegurada até o momento é a da Copa Libertadores. Pela participação na segunda fase, o Vasco já tem direito a R$ 1,3 milhão. Consumando a classificação para a fase de grupos que está muito bem encaminhada - já que venceu o jogo de ida contra o Jorge Wilstermann (BOL) por 4 a 0 pela terceira fase - o Cruzmaltino obterá mais R$ 1,3 milhão por esta etapa e mais R$ 5,8 milhões por ter avançado ao Grupo 5, que conta com Cruzeiro, Racing (ARG) e Universidad de Chile (CHI), totalizando R$ 8,4 milhões.
Em caráter de emergência para quitar as dívidas, o novo presidente, Alexandre Campello, esteve presente pessoalmente nesta semana na sede da CBF, no Rio de Janeiro, para tentar agilizar a premiação referente à participação na segunda fase (R$ 1,3 mi). Compete à entidade brasileira repassar a quantia recebida da Conmebol aos clubes brasileiros. O dirigente foi recebido pelo secretário-geral, Walter Feldman, e pelo diretor-financeiro, Gilnei Botrel, e ouviu que a confederação tem até 21 dias após o confronto para realizar o pagamento. Ou seja, até o dia 28 de fevereiro.
No início de março, é aguardada a verba relativa ao mecanismo de solidariedade da Fifa por conta da venda do meia Philippe Coutinho do Liverpool (ING) para o Barcelona (ESP). Como clube formador, o Vasco terá direito a cerca de R$ 12 milhões, valor que deve ter uma pequena redução em função de algumas taxas.
Por fim, o Cruzmaltino ainda espera obter os R$ 10 milhões prometidos em relação ao ainda obscuro contrato de patrocínio máster com a empresa Lasa, da indústria farmacêutica. No acordo, realizado nos últimos dias de Eurico Miranda como presidente, foi combinado o depósito desta quantia no ato – algo que ainda não aconteceu após quase um mês – e mais R$ 8 milhões diluídos ao longo do vínculo.
Desde que assumiu o comando do Vasco, Alexandre Campello pagou duas folhas – novembro e janeiro – e contou com o auxílio do empresário Carlos Leite, parceiro do clube desde o período Miranda.
A parceria causa controvérsias e fez até mesmo o agente – que tem 12 jogadores do elenco - se manifestar publicamente: "...Os empréstimos que fiz ao Vasco foram para pagamento de folhas salariais, de forma pública e notória, uma vez que o clube corria o risco de perder jogadores através de ações na Justiça. Ao invés de deixar completar quatro meses de salários atrasados e fazer como outros agentes, ingressando na Justiça para liberar os atletas que trabalham com a minha empresa, socorri mais uma vez o clube em um momento delicado. Poderia, por exemplo, retirar o atleta Paulinho do Vasco, mas renovei seu contrato, aumentando a multa rescisória (...).