Sem propostas concretas pelas suas revelações na atual janela - o último jogador negociado foi Marlone, com o Cruzeiro, em 2013 -, o Vasco vai lucrar com venda de atleta que já deixou o clube. Souza, do São Paulo, injetará R$ 1,2 milhão nos cofres de São Januário. Valor importante, claro, porém, bem abaixo dos R$ 40 milhões previstos no orçamento. Por isto, a direção avalia se tem direito a receber parte da transação de Kenedy feita pelo Fluminense. Mais: espera desfecho da situação de Marlon, outro tricolor.
O caso mais lucrativo será, outra vez, de Souza. Como formador do volante, o Vasco tem direito a quase toda a fatia de 5% do mecanismo de solidariedade criado pela Fifa. O São Paulo receberá do Fenerbahçe R$ 27,6 milhões. Ao clube carioca, cabe R$ 1,2 milhão, referente a 4% do valor da transação. Não é a primeira vez que o atleta rende dividendos. Ao começar na base em 1998, saiu como profissional em 2010 ao Porto, de Portugal, por cerca de R$ 8 milhões - outro jogador da época, aliás, Phillipe Coutinho, recentemente, gerou R$ 800 mil, ao se transferir da Inter de Milão, da Itália, ao Liverpool, da Inglaterra.
Não para por aí. O clube estuda se tem direito a cobrar percentual de duas revelações, que passaram pela base vascaína. Uma delas é o atacante Kenedy, cuja saída foi anunciada pela diretoria do Fluminense: o Chelsea pagará R$ 31,2 milhões. O atacante jogou pelo Vasco um ano e meio - de 2007 a meados de 2008.
Além de Kenedy, o departamento jurídico vanalisa o caso de Marlon. O zagueiro, titular do Flu, atuou por cinco anos na base do Vasco. O atleta desperta interesse de clubes europeus e foi sondado até pelo Barcelona. Se for vendido...
Fellipe Bastos perto de ser negociado
Fora Marlone, que saiu por R$ 6 milhões para o Cruzeiro, e Dedé, também negociado com a Raposa em alta transação no futebol brasileiro - 50% dos direitos econômicos do zagueiro custaram cerca de R$ 14 milhões aos mineiros -, a última venda vascaína foi no fim de 2013, quando o volante Danilo, que foi jogar no Braga, de Portugal, saiu por R$ 13,5 milhões.
A previsão de orçamento do Vasco para 2015 fazia aposta alta na venda de atletas. No documento do clube, a expectativa era de saídas que somassem R$ 40 milhões. Para efeito de comparação, em 2012 e 2013, vendas de Diego Souza - embora o clube até hoje brigue na Fifa para receber do clube árabe -, Rômulo, Fagner, Dedé, entre outros, contabilizaram R$ 60 milhões.
Com sondagens do futebol português e italiano, Luan é a esperança de venda nesta temporada. O zagueiro está à serviço da Seleção que vai disputar o Pan-Americano, no Canadá. Thalles era outra aposta, mas se desvalorizou com a reserva e baixo desempenho deste ano.
Curiosamente, outro jogador que pertence ao Vasco e pode ser negociado não está atuando pelo clube: Fellipe Bastos. Emprestado ao Grêmio até dezembro, o volante despertou interesse do Al Ain, dos Emirados Árabes. A oferta seria de R$ 4 milhões, e o time gaúcho teria direito a 20%, pela chamada da taxa de vitrine.
Bastos foi liberado pelo Grêmio para viajar e fazer exames médicos no clube árabe. O Vasco ainda tem de resolver antiga pendência com o Benfica, que acionou a Fifa por conta da compra do volante e de Eder Luis, ainda em 2011. No início de seu mandato, o presidente Eurico Miranda viajou a Lisboa para renegociar a dívida, mas a ação segue em curso nos tribunais suíços.