Os atrasos são menores, mas ainda são constantes. Essa é a situação financeira do Vasco no fim de 2013. Com vendas de direitos econômicos de jogadores perto dos R$ 30 milhões, o clube consegue, aos trancos e barrancos, pagar suas obrigações trabalhistas com funcionários e jogadores. Na última sexta-feira, pagou os vencimentos de outubro. Na segunda-feira, uma outra parcela do patrocínio anual da Caixa Econômica Federal deve entrar nos cofres vascaínos e logo sair para pagamento de novembro.
O pagamento da patrocinadora que estampa a parte da frente da camisa do clube foi dividido em três parcelas: a primeira no ato de assinatura entre as partes (R$ 5 milhões), a segunda para dezembro, e a última em março. Porém, a Caixa exigiu do Vasco comprovantes de quitações de dívidas anteriores do clube com os funcionários, o que só foi possível nos últimos dias, quando a verba pela venda de Marlone ao Cruzeiro - cerca de R$ 3,2 milhões - ficou disponível ao clube.
Com cerca de 600 funcionários e um elenco profissional que custa mais de R$ 4 milhões, o clube recebeu mais de R$ 25 milhões na temporada com as vendas dos zagueiros Douglas, em janeiro, e de Dedé, em maio. Ainda houve o empréstimo de Eder Luis e a transação do jovem Danilo, ambas no segundo semestre. As últimas folhas do ano - dezembro, 13º salário e outros direitos trabalhistas - devem ser quitados com antecipação de receitas, como, por exemplo, a verba pela venda dos direitos de transmissão do Campeonato Carioca de 2014.
Depois de 14 meses com receitas bloqueadas em processos com a Fazenda e a Receita Federal, a expectativa é de que em 2014 o clube viva novo momento de contenção de receitas. Dessa vez, porém, com ajustes mais rigorosos. A folha de pagamento dos jogadores deve reduzir em R$ 1,5 milhão com a saída de jogadores em fim de contrato, renegociação de outros vínculos ou transferências dos atletas. O número de funcionários, medida antiga para saúde financeira do Vasco, também deve ser reduzido.