Na manhã desta quinta-feira (24), o Vasco apresenta o seu terceiro uniforme. A camisa será inteiramente preta, sem a tradicional faixa transversal, uma homenagem ao que ocorreu em 1924, quando o clube desistiu de se filiar à Associação Metropolitana de Esportes Atléticos (Amea) por se recusar a excluir 12 jogadores negros.
O uniforme é preto em alusão àqueles jogadores, que eram conhecidos como \"camisas negras\" e vem com a mensagem \"Democracia e inclusão\", escolhida pela torcida vascaína em votação pela internet. No evento de lançamento, na sede náutica do clube, está previsto até um debate sobre o assunto com artistas e especialistas convidados. O presidente Roberto Dinamite relembrou o momento.
- Graças a esse gesto da diretoria do Vasco, o futebol se transformou em um esporte popular no Brasil, com brancos e negros, pobres e ricos, unidos por uma única paixão nos estádios.
O time utilizará o seu novo uniforme pela primeira vez em 3 de abril, quando enfrentará o Bangu pela Taça Rio, segundo turno do Campeonato Carioca, em São Januario. Nesta quinta, alguns dos jogadores que estão no elenco cruz-maltino desfilarão com as novas peças.
Não será a primeira vez que o clube entrará em campo e abdicará da faixa transversal que o caracteriza e vestirá uma camisa inteiramente preta. Eurico Miranda, como presidente do clube, chegou a utilizar o modelo sem a faixa branca como um protesto à CBF, dizendo-se \"de luto pelo futebol brasileiro\". Agora, no entanto, Dinamite diz que o motivo é mais nobre.
- A criação do novo terceiro uniforme é uma homenagem mais do que justa àqueles homens que comandavam o clube naquela época e que nos faz relembrar um belo capítulo da história do nosso Vasco. O que se passou em 1924 é motivo de orgulho para todo vascaíno porque trata do processo de democratização no esporte, que impões o respeito à igualdade e o direito à cidadania.