Processos corriam na Câmara Nacional de Resolução de Disputas da CBF, órgão que no começo de 2020 impediu inscrição de Cano por dívida com Jorge Henrique.
Marcelo Cabo correu o risco de, pelo menos por algum tempo, não poder usar os sete reforços contratados pelo Vasco em 2021. Ao pagar R$ 3,7 milhões em acordos com cinco credores, a direção evitou que a Câmara Nacional de Resolução de Disputas punisse o clube com o bloqueio do registro de atletas.
A CNRD tem a competência de desfazer conflitos entre participantes do futebol nacional, seguindo a regras da FIFA. Ela atua normalmente em conflitos trabalhistas: se antes ficavam sob cuidado exclusivo da Justiça, o órgão da CBF aparece com o objetivo de promover decisões mais rápidas.
No começo de 2020, por exemplo, uma dívida de R$ 1 milhão com Jorge Henrique rendeu problema ao Vasco. A CNRD decidiu que o clube não poderia registrar jogadores por seis meses. Um acordo feito, às vésperas da estreia no Carioca contra o Bangu, permitiu que Cano (então único reforço) fosse regularizado e jogasse.
Agora, em 2021, o Vasco voltou a correr o mesmo risco. Nos processos administrativos desses cinco credores, o clube já havia sido advertido. Havia a real possibilidade de nova sanção de bloqueio de registro de atletas na CBF ser aplicada.
A celebração desses acordos, porém, está longe de encerrar o problema. Há mais cobranças sendo feitas na CNRD - sem falar no aumento da dívida total do Vasco para R$ 832 milhões, conforme anunciado no final de abril.
No balanço financeiro de 2020, publicado em 30 de abril de 2021, o Vasco informou ter provisionado R$ 12,9 milhões em processos da CNRD. O valor não corresponde ao total da dívida, mas, sim, ao que o departamento jurídico do clube entende como necessário para pagar as ações com provável derrota.