Contexto histórico
Devido a influência da Revolução Francesa, em 1789, as mulheres passaram a atuar na sociedade de forma mais significativa. Em consequência disso, no dia 8 de março de 1857, há exatos 156 anos, houve a primeira greve norte-americana conduzida unicamente por mulheres. Reivindicando melhores condições de trabalho, cerca de 130 operárias ocuparam a fábrica de tecidos em que trabalhavam, na cidade de Nova Iorque.
Na segunda metade do século XVIII, as grandes transformações ocorridas no processo produtivo inseriu definitivamente a mulher no mundo da produção. A absorção do trabalho feminino pelas indústrias, como forma de baratear os salários obrigou a mulher a conviver com jornadas de trabalho que chegavam até 17 horas diárias, submetidas a espancamentos e ameaças sexuais constantes, além de receber salários que chegavam a ser 60% menores que os dos homens.
Buscando uma redução na carga de trabalho de 16 para 10 horas diárias, uma equiparação de salários com os homens, além de um tratamento digno dentro do ambiente de trabalho, as mulheres, como única forma de chamarem a atenção, paralisaram a produção e deram início a greve. No entanto, a manifestação foi reprimida com muita violência, tanto por parte da polícia, quanto dos patrões. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Todas morreram carbonizadas.
Somente 53 anos depois, em 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que o dia 8 de março passaria a ser o \"Dia Internacional da Mulher\", em homenagem às vítimas de 1857. Mas, apenas em 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas).
Mesmo com os avanços adquiridos nos últimos anos, a mulher não desiste de lutar pelo seu crescimento. O dia 8 de março não é apenas marcado como uma data comemorativa, mas sim, um dia para se firmarem discussões que visem a diminuição do preconceito, tratando da importância do papel da mulher diante da sociedade.
Grandes vascaínas
Para quem acha que futebol é exclusivamente para homens, a primeira dama das arquibancadas, Dulce Rosalina, que completaria 78 anos no último dia 07/03, coincidentemente um dia antes do Dia da Mulher, provou que, de fato, mulher entende e muito deste esporte.
Dulce já nasceu com a Cruz de Malta no peito, com dois anos de idade já havia se tornado sócia do Gigante da Colina, e logo aprendeu os valores do clube e a amá-lo com o pai português, naturalizado brasileiro, que pregava a igualdade e combatia o preconceito racial, assim como o Cruzmaltino. Um vascaíno convicto.
Frequentadora assídua dos jogos do Vascão, Dulce viajava Brasil afora pelo time da colina, e foi pioneira ao se tornar a primeira mulher a assumir a presidência de uma torcida de futebol, aos 22 anos, em 1956. Além disso, a dama das arquibancadas decidiu deixar de trabalhar para não se privar da maior alegria de sua vida: o Vasco.
Devido a sua entrega à equipe de São Januário, venceu o concurso de melhor torcedor do Brasil, realizada pela Revista do Esporte, no início da década de 60 e foi convidada pelo escritor Claudio Aragão para narrar a trajetória do clube desde sua fundação, no final do século XIX, até a conquista do título carioca de 2003. Seus relatos deram origem a obra A história do Vasco da Gama em cordel, da editora Bom Texto.
Ao falecer, dia 19 de janeiro de 2004, comovendo a nação cruzmaltina, a torcedora foi homenageada pela prefeitura do Rio de Janeiro, que no decreto de 22 de janeiro do mesmo ano, mudou o nome da antiga Rua do Reservatório para Dulce Rosalina.
Adorava acompanhar os jogos do Vasco
Outro grande nome feminino na história do Vasco é o da cantora Teresa Cristina, que participou, dentre outras coisas, do Mega Show durante a comemoração dos 113 anos do Gigante. O show contava apenas com atrações vascaínas.
- O show do Vasco será histórico. Todos os artistas vascaínos conseguiram espaço em suas agendas e todos nós, estaremos reunidos, cantando para nossa torcida. Um momento como este é único porque muitos vascaínos estarão reunidos em um único local.
Além disso, o show foi gravado e transformado em CD e DVD. O dinheiro arrecadado com o espetáculo e com a venda dos CDs e dos DVDs foi destinado ao Colégio Vasco da Gama. A instituição de ensino funciona dentro de São Januário e atende os atletas das divisões de base das diversas modalidades esportivas desenvolvidas pelo clube.