O Vasco tenta agir rápido para entregar no prazo prometido o trabalho de recadastramento de sócios anunciado na semana passada em coletiva do presidente Roberto Dinamite. Depois da desistência da multinacional de investigações Kroll, o clube deve anunciar nos próximos dias o primeiro bloco de associados para comparecerem a São Januário e se recadastrarem no quadro social. A empresa que vai fazer o serviço é a Microtag, que é terceirizada e já presta serviço ao clube. Ao mesmo tempo, além da recontagem e convocação de associados pelo clube, a diretoria também vai pedir uma auditoria nas contas relativas a entradas de sócios. A expectativa é de que o serviço contemple toda a lista de cadastro do clube desde 2009, no início do mandato Dinamite.
O escopo do trabalho ainda não está definido, o que deve acontecer nesta sexta-feira. É preciso definir como será feito esse trabalho, quais detalhes de documentos que o clube vai pedir para verificar e de que forma será feito esse contato entre associado e secretaria vascaína. A auditoria vai verificar a adimplência dos associados, a entrada de pagamentos de mensalidades, os comprovantes de transações e de compras de títulos do clube, além de conferir e depurar o sistema interno do Cruz-Maltino e o cadastro.
O presidente Roberto Dinamite anunciou na semana passada que seria feito o recadastramento. O mandatário espera mostrar ao judiciário o esforço para dar credibilidade ao processo eleitoral. Com auditoria e recadastramento, Dinamite quer se cercar do caso de sócios eventualmente perderem direito a voto e entrarem na Justiça contra ele e contra o clube - o ex-jogador teme uma enxurrada de ações coletivas em nome de associados que entraram no ano passado.
O trabalho de recadastramento era uma das promessas do candidato ainda em 2009 e que foi esquecida ao longo dos dois mandatos do presidente. Naquele ano, em seguida ao primeiro rebaixamento, o Vasco assinou com a empresa SVI/EFfect, que era responsável pelo plano de sócios do Internacional. Na descrição dos serviços estava “recadastramento de sócios antigos e cadastramento de novos associados”. O contrato, no entanto, foi logo rescindido, e a Torcedor Afinidade, contestada em relatórios do Conselho Fiscal, não fez o recadastramento de sócios antigos, até porque não estava previsto no acordo.
Além das polêmicas adesões em massa do fim de abril - quando 1.700 pessoas entraram de sócios no último dia -, o recadastramento também deve atingir os associados do programa "Vasco é meu", motivo de mais confusão e ações na Justiça na eleição de 2011. A Microtag pertence ao grupo SVI/Effect. No ano passado, o GloboEsporte.com apontou o prejuízo que a rescisão de anos atrás provocou nos cofres do Vasco. A empresa ganhou na Justiça uma negociação milionária, que só baixou para cerca de R$ 1,3 milhão porque houve renegociação e ainda a contratação da Microtag. A diretoria ainda acertou uma outra indenização: a Jeff Sports - ex-Torcedor Afinidade - recebeu R$ 600 mil para deixar São Januário sem cobrar nova multa.