Marcado para às 18h (de Brasília) do próximo sábado (8), o clássico entre Vasco e Flamengo, em São Januário, liga mais uma vez o alerta no sistema de segurança. Ano passado, no último duelo entre as equipes no estádio, a torcida rubro-negra depredou dependências e entrou em confronto com a Polícia Militar. Os visitantes, porém, queixaram-se da falta de serviços básicos em seu setor. Diante dos problemas, fica a pergunta: o que será feito para evitar os transtornos em um jogo conhecido pelo clima de tensão?
No que compete ao Vasco, algumas modificações foram feitas por meio de pedidos do Gepe (Grupamento Especial de Policiamento em Estádios) e do Corpo de Bombeiros em relação ao duelo do Campeonato Carioca 2016. Na ocasião, apenas um bar com três funcionários atendia mais de mil flamenguistas. Revoltados, eles invadiram o estabelecimento e saquearam produtos. O banheiro dos visitantes também teve portas quebradas e vasos sanitários arrancados, prejuízo que foi pago posteriormente pela diretoria do Flamengo. Agora, além do bar, o clube disponibilizará pontos de vendas móveis para atender a demanda.
"Esperamos que a diretoria do Vasco faça a parte dela. Conversamos sobre isso na Ferj [Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro]. Precisamos de bares e banheiros funcionando desde a entrada dos torcedores no estádio até irem embora. Será fiscalizado pela segurança privada e também com o auxílio da Polícia Militar. Conversamos com representantes das duas torcidas e esse tema foi tratado de forma especial com os torcedores do Flamengo", explicou o comandante em exercício do Gepe, Major Hilmar Faulhaber.
O Gepe fará a escolta das organizadas rubro-negras até o estádio e isolará a rua São Januário. Só terá acesso ao local quem estiver portando o ingresso do setor de visitante. Ainda não há confirmação se os bares daquela região específica estarão abertos. Nos últimos clássicos, os comerciantes preferiram não abrir as portas com medo da violência.
Independentemente do resultado, os torcedores do Flamengo terão que esperar 40 minutos após o jogo para deixar São Januário também com a escolta da Polícia Militar. A carga total de 22.500 ingressos foi esgotada - somando gratuidades e cortesias. Destes, 1.125 foram disponibilizados aos visitantes, o que significa 5%. O Gepe, porém, acredita em menos de mil rubro-negros no jogo.
"Devemos ter entre 800 e mil torcedores do Flamengo em São Januário. Vamos isolar uma área considerável para os visitantes e teremos pelo menos 250 policiais do Gepe na parte interna do estádio. Ainda contaremos com o apoio do BAC [Batalhão de Ações com Cães], do BPGE [Batalhão de Policiamento em Grandes Eventos], do Regimento Montado e também do 4º Batalhão", completou o comandante do Gepe.
Esperança de gols do Vasco no duelo em casa, o atacante Luis Fabiano não economizou nas palavras para ressaltar a importância da partida e a forma como a torcida cruzmaltina enxerga o confronto pela 12ª rodada do Campeonato Brasileiro.
"É a hora, é o jogo. A pressão vai ser muito grande, mas totalmente para o adversário. A torcida vai nos apoiar do começo ao fim, pois sabe que crescemos assim. Incorporamos o espírito. É o jogo que pode ser uma arrancada para o Vasco no Campeonato Brasileiro", disse.
Pelo lado do Flamengo, o técnico Zé Ricardo reconheceu o difícil ambiente contrário, mas mostrou confiança em um resultado positivo.
"Vamos enfrentar um adversário de muito peso e com uma camisa muito grande também. Mas desejamos continuar nessa sequência positiva. Lógico que a pressão será enorme lá em São Januário. Mas torcida e pressão não entram em campo quando começar a partida", encerrou.