A vitória sobre o Grêmio, no último domingo, marcou a inauguração do espaço exclusivo em São Januário para torcedores com transtorno do espectro autista. O Vasco é o primeiro clube do Rio de Janeiro a disponibilizar uma sala para pessoas autistas em seus jogos.
O espaço é provisório - um dos camarotes do estádio foi destinado para a causa -, mas o plano é que seja criada uma sala sensorial própria para os torcedores autistas. Enquanto isso não acontece, a sala é uma grande conquista na visão de Vanessa Barroso, representante do movimento Autistas da Colina:
- Sou uma mãe lutando pela inclusão de outras crianças. Meus filhos ficam na arquibancada, mas tem filhos de amigas minhas que não conseguem. Começamos um movimento de inclusão no clube. Fizemos eventos, em que as crianças puderam ter acesso a amistoso e jogo-treino, que acontecem com o estádio sem público. Oportunidade única para as famílias. Contra o Grêmio, recebemos algumas pessoas pela primeira vez. Sem esse espaço, eles jamais estariam aqui.
Foi publicada em julho do ano passado, no Diário Oficial do Rio de Janeiro, uma lei que obriga estádios na cidade a terem espaços reservados para pessoas com TEA (Transtorno do Especto Autista).
Todos os estádios com capacidade superior a 5 mil pessoas na cidade do Rio de Janeiro terão de se adaptar e criar um espaço reservado para receber pessoas autistas. A lei diz que 0,5% do total de ingressos disponibilizados para cada jogo tem de ser destinado a esse público. Além de estádios, a regra vale para ginásios e arenas esportivas em geral com capacidade superior a 5 mil pessoas.
No jogo contra o Grêmio, o Vasco também promoveu a estreia de um novo set de fogos - sem estampido para melhorar a experiência dos torcedores com TEA. As mudanças são fruto de uma série de encontros que o clube tem feito com a comunidade autista.