O jogo desse domingo traz à tona muitas alegrias, como por exemplo, quando o Vasco ganhou do Atlético Mineiro por 4 a 0 pelo Brasileiro de 2000, mas também uma grande tristeza, quando em 2008 após mais uma derrota , desta vez por apenas 4 a 0 dentro do Mineirão, percebi que não tínhamos saída, naquele momento faltavam apenas três rodadas depois dessa e o nosso destino parecia traçado.
Mas nesse texto prefiro falar sobre um jogo que pode ser considerado inesquecível, afinal se não tivéssemos derrotado o Clube Atlético Mineiro no dia 17 de outubro de 2000, uma terça feira, não seriamos Campeões da Copa Mercosul de 2000. Era a última rodada da 1ª fase do Campeonato, nossa campanha não era das melhores. O Vasco se viu obrigado a ganhar do time mineiro e tinha que torcer para o Penarol vencer o San Lorenzo da Argentina o que acabou acontecendo. Além disso, teria que acontecer um resultado favorável entre esses três possíveis: (1) Nacional em casa empatar ou perder do Boca Juniors; (2) O Cruzeiro em casa ganhar do Palmeiras ou (3) o Flamengo empatar ou perder para o Vélez da Argentina. Acabou acontecendo o 1ª resultado, sendo assim seguimos na Copa Mercosul depois de uma certa dose angústia.
O Vasco jogou bem, o time tinha qualidade, mas estava extremamente pressionado. O Vasco tinha que ganhar de qualquer forma por um motivo: No ano de 2000 o Vasco não era um time, mas sim uma seleção. A seleção era comandada pela dupla de Juninhos, o Paulista, que foi extremamente importante nos títulos da Mercosul e do Brasileiro, e o Pernambucano, que muniam Romário e Euller para aí sim, o Vasco chegar a vitória.
O jogo começou truncado, todos sabiam que o trabalho do técnico Oswaldo de Oliveira poderia chegar ao fim se por acaso o Vasco não se classificasse. O Vasco tinha perdido o jogo de ida, dentro do Mineirão por 2 a 0 e estava engasgado com o time do Atlético até o pescoço. Quando o time da Colina entrou em campo, pensei com os meus botões: Será que vamos ser eliminados hoje? Começamos jogando mal, o time parecia extremamente nervoso, mas com o tempo foi se acalmando e a torcida do gigante da Colina percebeu que mais cedo ou mais tarde o Vasco iria fazer o seu papel. Desta forma só nos restaria rezar para dar tudo certo nos outros jogos, para aí sim ficarmos aliviados com a classificação para a próxima fase da Competição Continental.
Tudo começou a mudar aos 18 minutos do primeiro tempo, a defesa do Atlético Mineiro que era formada por Marcio e Célio Silva falhou, e deixou o baixinho livre, leve e solto dentro da área, sem marcação alguma. É pedir para levar o gol. Romário não titubeou e sem a menor cerimônia abriu o placar para o time que defende a Cruz de Malta. Mas esse time sofria um sério problema na zaga. Nossa zaga titular era formada pro Junior Baiano e Odvan, mas nesse jogo no meio do primeiro tempo Junior Baiano sentiu uma lesão e foi obrigado a ser substituído. Dessa forma Oswaldo optou por colocar Gedder na zaga do Vasco, o que não pode ser considerado uma boa escolha. Ao mesmo tempo em que o Vasco fazia muitos gols, sofria um caminhão de gols, isso porque graças a sua idade avançada Mauro Galvão não era mais titular e dessa forma quem também caiu de produção foi Odvan que passou a não conseguir render o que vinha rendendo nos anos anteriores, pois ele era um jogador de força, mas com pouca técnica, precisava de um zagueiro com técnica apurada para jogar ao seu lado e obviamente esse zagueiro não era o Junior Baiano que quase mandou o título da Mercosul para o espaço, mas isso é uma outra história.
O Vasco jogou melhor no segundo tempo, o time do Atlético já estava com o primeiro lugar garantido e dessa forma eles estavam preocupados com o resultado, mas não tanto. O Vasco acabou se aproveitando da situação e em um rebote da trave o time de São Januário aumentou a vantagem em um bonito gol do meia Juninho Paulista. O jogo terminou mesmo no 2 a 0 , e para alívio de todos os torcedores do Clube da Colina os resultados de outros jogos acabaram classificando o Vasco para a segunda fase.