Mesmo tendo pagado um valor mais caro que o usual para jogar no Maracanã contra o Cruzeiro, o Vasco lucrou mais do que quando jogou em São Januário nesta Série B. A partida válida pela 12ª rodada rendeu aos cofres do clube R$ 652.690,19 - valor três vezes maior que a média arrecadada nos seis confrontos que mandou no próprio estádio.
O valor de R$ 250 mil cobrado pelo aluguel gerou atrito entre Vasco e a concessionária do Maracanã, mas foi pago pelo clube, que teve renda bruta de R$ 2.284.230,50. Os números e a alta procura da torcida por ingressos fizeram a diretoria tentar mandar o jogo contra o Sport, no dia 3 de julho, no estádio mais uma vez. A administradora ainda não respondeu o pedido do clube.
O Vasco mandou sete jogos em casa nesta Série B, sendo seis em São Januário e um no Maracanã. O jogo com maior retorno financeiro no próprio estádio foi contra o Bahia, com lucro de R$ 281.665,83. A média de arrecadação na Colina é de R$ 200.619,14. Veja as receitas líquidas:
No total, o Vasco já lucrou R$ 1.856.405,08 com bilheteria nesta Série B.
A boa fase do time, que é o líder da Série B e único invicto da competição, atrai a torcida para o estádio. Na próxima sexta, às 19h, contra o Operário-PR, o Vasco vai ter novo lucro com bilheteria na temporada: todos os 22 mil ingressos disponibilizados para São Januário foram vendidos.
Atrito com Maracanã
A semana que antecedeu ao jogo contra o Cruzeiro foi tensa para a relação entre Vasco e o consórcio que administra o Maracanã. Foram muitas as queixas do clube, que entendeu ter pagado aluguel desproporcional pelo estádio, não teve participação nas receitas dos bares, teve uma faixa institucional vetada e queria que mais ingressos fossem disponibilizados. Nenhuma das quatro solicitações foi atendida.
Quando transferiu o jogo contra o Cruzeiro para o Maracanã, o clube foi surpreendido com o aluguel de R$ 250 mil, além da taxa de ressarcimento de R$ 130 mil. O Vasco alega que pagou R$ 90 mil de aluguel no Campeonato Carioca, mesmo preço que Flamengo e Fluminense seguem pagando por partida. O reajuste foi de quase 200%, o que irritou a direção vascaína, que pagou o valor cobrado, mas prometeu pedir devolução de parte do dinheiro.
Mesmo com os atritos, a diretoria fez solicitação para jogar novamente no Maraca contra o Sport, pela 16ª rodada da Série B, e pretende mandar mais partidas no local nesta temporada. Mesmo pensamento da 777 Partners, que negocia a compra da SAF do clube e tem interesse no estádio. Além disso, com a previsão de reforma de São Januário, o Vasco vislumbra ter o Maracanã como seu palco principal durante o período de obras.
Com apoio da 777, o Vasco tem interesse em participar da licitação ao lado de Flamengo e Fluminense. Ainda há esperança de um entendimento com os rivais, mas o clube está firme no propósito de administrar o Maracanã. Caso não tenha o apoio da dupla Fla-Flu, a direção pretende buscar novos meios de entrar na licitação, seja com a empresa americana ou em parceria com alguma outro grupo privado.