Vasco jogará neste domingo sem seu principal jogador: Juninho

Após duas vitorias consecutivas, o Vasco entra em campo contra um baleado Atlético Mineiro, precisando confirmar sua vocação. Começou a temporada com uma campanha pífia na Taça Guanabara, mudou elenco e filosofia de trabalho para a Taça Rio (que perdeu na mesma loteria de pênaltis que pode dar ao Paraguai um título da Copa América sem vencer jogo algum) até brilhar na Copa do Brasil. Como estamos no inicio de uma longa temporada, está mais do que na hora do time dar uma guinada e manter o pique. Mostrando, afinal, se tem ou não tem elenco pra disputar Sul-Americana e Brasileiro. E se tem ou não base pra encarar uma Libertadores em 2012.

O elenco do Vasco é indiscutivelmente forte. Além da melhor zaga de área do país, um meio de campo que a protege bem e que possui, como armadores, gente de talento como Juninho, Felipe, Bernardo e Diego Souza. No ataque, Alecssandro é meio atribulado com a bola, mas é um artilheiro campeão, com cheiro de títulos. Éder Luís passa correndo tão rápido que a gente nem vê: é um dos poucos jogadores que possuem essa característica de correr e driblar, embora peque nas finalizações. Acho demais a torcida só poder pedir Élton como opção de banco pois, nem na Série B de que foi artilheiro, Élton sugeriu ser o atacante digno das tradições vascaínas.

Com tudo isso, o time mostrou que é forte, não tem lá essa diferença toda para os demais. Mas precisa resolver algumas equações.

Escrevi, esta semana, que a chegada de Juninho é um elemento revelador. Espécie de \"luminol\", aquela badalada substância usada nas investigações policiais para destacar marcas de sangue. Juninho voltou ao Vasco ganhando pouco, temendo por sua produtividade e resistência em campo. Aos 36 anos, jogou mais que todo mundo, correu mais que todo mundo e só será poupado agora por precaução. Com isso, colocou em xeque, a meu ver, aquele cansaço de \"veterano\" do Felipe (que tem bem menos corpo e é três anos mais jovem) no segundo tempo e a demora do Diego Souza para ficar 100% em forma. Se um mito como Juninho propõe-se a voltar a jogar por um clube da grandeza do Vasco na proporção daquilo que acredita que possa produzir, como justificaríamos salários altos de jogadores que parecem não caber na camisa cruzmaltina?

Do lado do técnico, mais um mistério. Ricardo Gomes pediu reforço para a lateral-esquerda após a saída emblemática de Ramon. A diretoria trouxe Julinho. Agora Ricardo \"decide\" que Julinho \"é meia\".

\"Meia\" o quê? Meia-bomba?! Porque Márcio Careca, o lateral titular após a saída de Ramon, é uma bomba inteira, coitado. Aliás... coitados de nós!

Dois outros jogadores-xodó também estão bem abaixo do que andavam jogando. Fagner está irreconhecível! O \"efeito Allan\" parece tê-lo liquidado. E Bernardo, que é um extraordinário jogador e precisa mesmo ser polido, também perdeu o ímpeto de suas partidas iniciais, quando desequilibrava e fazia gols mágicos. Apesar disso, ainda acho que ele e diferenciado e, pela pouca idade que tem, pode ser preparado para dar muitas alegrias históricas à Colina.

Bem, na lógica ilógica do futebol, não há o que prognosticar. A melhor partida do Vasco este ano foi disputada fora, naquele jogaço contra o Avaí. O titulo que a equipe conquistou após oito anos também foi fora, na casa do adversário.

O Atletico é um adversário-amigo. E não anda cantando de galo há muito tempo, nem mesmo em seu terreiro. Vamos ver se o Vasco - sem Felipe e sem Juninho - bota banca, mostra que tem banco e exibe padrão de jogo a contento para manter a sua sequencia de vitórias...