O começo de temporada do Vasco, sob críticas e vaias da torcida ao técnico Abel Braga, tem, talvez, como marca principal um desequilíbrio do time. E tal assimetria é demonstrada nos números. Enquanto o sistema defensivo tem conseguido certa harmonia, o ataque é o pior dentre os times da Série A do Campeonato Brasileiro.
Até aqui, a equipe de São Januário foi vazada sete vezes em 12 jogos, tendo uma média de 0,58 gols sofridos. Atualmente, encontra-se atrás de Atlético-GO (0,27), Palmeiras (0,45) e Internacional (0,46). Por outro lado, o setor ofensivo balançou a rede apenas oito vezes, ficando em último em relação aos outros 19 times da elite do futebol brasileiro.
A diferença pode ter ligação também com a forma que o clube foi ao mercado. Em crise financeira e sem poder de investimento, o Cruz-Maltino teve poucas mudanças em relação ao time titular do ano passado.
Na defesa, a equipe começou sem nomes novos, apesar da procura da diretoria — Dedé, por exemplo, foi um dos cotados. Além de Castan e Werley serem jogadores mais experientes, ainda há como opção Ricardo Graça, que esteve recentemente na seleção pré-olímpica e já integra o elenco profissional há algumas temporadas.
Já no ataque, chegou o argentino Cano para suprir a ausência do camisa 9, carência antiga na Colina. Houve a perda de Talles Magno, que teve de passar por cirurgia após fratura no pé esquerdo e, desta forma, Abel vem realizando testes na procura pela melhor formação do setor. O meia-atacante Martín Benítez, que estava no Independiente (ARG) e foi anunciado há pouco, ainda não estreou.
"Tivemos chances claras, até uma de um jogador estar ele e o goleiro. Mas não fizemos o gol. Falta isso, o gol para termos tranquilidade. O time fez oito gols no ano, uma média muito baixa. Não estamos sendo felizes na tomada de decisão. Aí vem a vaia. Temos de aguentar e saber conviver com isso. Só mudará ganhando e convencendo", disse Abel, após o empate sem gols com o Volta Redonda, no último domingo (8), pelo Carioca.