Em nova etapa da negociação com o Sindeclubes, o Vasco mudou a proposta de parcelamento da rescisão dos 186 funcionários demitidos em 12 de março. A tentativa de acordo coletivo prevê pagamentos progressivos até dezembro de 2023, fim da gestão de Jorge Salgado, priorizando os desligados com menor valor a receber.
Na próxima segunda-feira, o Sindeclubes estima publicar o edital da assembleia a ser feita. A data para os agora ex-funcionários decidirem se aceitam ou não a oferta ainda está indefinida.
Na semana passada, áudio de uma reunião entre representantes do sindicato e os desligados, realizada no dia 12, circulou em grupos de WhatsApp. O advogado Henrique Fragoso, do Sindeclubes, chegou a emitir nota oficial admitindo equívoco no entendimento da proposta vascaína, que não foi aceita pelos presentes. Exemplo: havia a informação de parcelamento da rescisão a determinado grupo em até 303 vezes.
- O sindicato assume a responsabilidade no erro de interpretação da planilha no que se refere ao número de parcelas dos pagamentos das rescisões de contrato de trabalho - escreveu o advogado.
Com a admissão do erro, uma nova rodada de negociação foi aberta. O Vasco, tentando atender aos anseios dos demitidos, modificou os termos da tentativa de acordo. Se antes as parcelas eram de acordo com percentuais do salário, agora são fixas. Os valores também aumentaram (veja no quadro abaixo).
A atual proposta engloba o pagamento da rescisão (saldo salarial, férias, 13º e FGTS), mas não inclui a multa prevista no artigo 407 da CLT (um salário caso a rescisão não seja paga em 10 dias). Antes das demissões, o Vasco pagou os atrasados desses funcionários.
Quando da demissão em massa, o Vasco alegou necessidade de reformar o clube administrativamente em razão da alta dívida e da queda de receita por conta do rebaixamento à Série B - estimou uma redução em 35% da folha salarial com os cortes. A proposta feita agora leva em conta o atual fluxo de caixa e, como no entendimento interno é viável de ser cumprida, atende a um dos lemas da atual direção: tentar recuperar a credibilidade do clube.
A demissão dos 186 funcionários também virou assunto a ser debatido na Justiça. O Ministério Público do Trabalho pediu a anulação do ato, mas o caso ainda não foi decidido.