O Vasco não compareceu, nesta segunda-feira, à audiência da ação que Marcelo Mattos move contra o clube. O julgamento estava marcado para o início da tarde no Fórum Trabalhista, no Tribunal Regional do Trabalho, no Rio de Janeiro, mas nenhum representante vascaíno esteve presente.
Marcelo Mattos, que defendeu o clube entre 2016 e 2019, entrou na Justiça do Trabalho do Rio de Janeiro. Ele alega que erros médicos durante o tratamento de uma lesão no joelho abreviaram sua carreira. Foram cinco cirurgias no período. No total, o ex-jogador cobra quase R$ 8 milhões do Vasco.
Por conta da ausência dos representantes do Vasco, a defesa de Marcelo Mattos solicitou que seja aplicada a pena de confissão. A juíza Adriana Maia de Lima, em ata, disse que isso será apreciado na sentença.
Procurado pelo ge, o Vasco informou que não foi devidamente intimado e que vai tomar providências, ainda nesta segunda-feira, para que uma nova audiência seja marcada. O clube entende que não teria como comparecer, uma vez que não foi informado sobre a realização e acredita que uma nova audiência será marcada em breve.
- Hoje ocorreu a audiência de instrução, na qual as partes e testemunhas seriam ouvidas. Essa audiência seria realizada por videoconferência, porém, a pedido do próprio Vasco, foi convertida para presencial. Nós (Marcelo e seu advogado) comparecemos, mas o Vasco não. Foi então aplicada pena de confissão ao Vasco, que é a presunção de veracidade de tudo aquilo que narramos no processo. Ainda pedimos aplicação da pena de litigância de má-fé, pois tivemos que nos deslocar ao Rio de Janeiro e o Vasco, que pediu que a audiência fosse presencial, não apareceu. Agora o processo segue para sentença. E, por tudo aquilo que há de provas no processo, estamos extremamente confiantes – disse o advogado de Marcelo Mattos, Filipe Rino.
No ano passado, Marcelo Mattos apresentou um laudo judicial, assinado pelo perito Paulo César Weiss Campos, atestando que o Vasco negligenciou o tratamento. O documento afirma que o ex-jogador foi operado precocemente (apenas dois dias após a lesão), sentiu dores no pós-operatório e retornou aos treinos em quatro meses (seis meses seria o prazo mínimo).
Tudo isso, segundo o laudo, teria desencadeado outras lesões que causaram redução de mobilidade no joelho do volante. Além disso, o perito ressalta que esse quadro pode ter desenvolvido depressão, vitiligo e artofibrose, sequelas alegadas por Marcelo Mattos.