Paradeiro comum da seleção brasileira entre os anos de 30 e 50, o estádio de São Januário, casa do Vasco da Gama, ‘esqueceu’ da passagem da delegação verde e amarela às portas da decisão da Copa de 1950, contra o Uruguai.
De acordo com João Ernesto, coordenador do Centro de Memórias do Vasco, não há qualquer foto ou documento da época no clube que registre a estada dos comandados de Flavio Costa no estádio.
Concentrada em São Januário, a seleção fez duas partidas naquele Mundial. Goleou a Espanha por 6 x 1, no Maracanã, e perdeu a partida seguinte, diante do Uruguai por 2 x 1, também no Maracanã, em jogo que consumou o título da celeste.
A concentração brasileira em São Januário foi motivo de discórdia à época. Antes do massacre ante a Espanha, a delegação canarinha estava hospedada no bairro de Joá, Rio De Janeiro, mas, um dia após bater a Suécia por 7 x 1, a trupe se mudou para o estádio do Vasco, clube que formava a espinha dorsal daquele seleção – eram oito convocados.
Na véspera da decisão, São Januário virou um palanque político, segundo relatos extraídos do livro ‘Anatomia de Uma Derrota’, escrito pelo jornalista Paulo Perdigão, que trazia detalhes dos bastidores da Copa de 1950. Ao invés do silêncio, os jogadores da seleção tiveram que conviver com um entra-e-sai de políticos, que já ‘cantavam’ vitória antes mesmo do duelo começar. Era período de eleições no País.
Meses antes da Copa, a seleção superou o próprio Uruguai na decisão da hoje extinta Copa Rio Branco. Depois de perder uma e vencer outra, a seleção venceu o arquirrival por 1 x 0 na Colina e ficou com o título. Aquela altura, o Maracanã estava em obras e não poderia receber o torneio, por isso a escolha de São Januário, que também foi eleito ‘plano B’ caso o principal estádio carioca não ficasse pronta a tempo da Copa.