Com dificuldades no início do Brasileirão, onde amarga uma sequência de cinco rodadas sem vencer, o Vasco está prestes a completar sete meses sem virar uma partida. A última vez foi em outubro do ano passado, ainda sob o comando de Jorginho.
O Vasco é um dos três times da Série A do Brasileirão que ainda não venceram uma partida de virada nesta temporada - os outros dois são Cruzeiro e Fortaleza. A equipe comandada por Maurício Barbieri tem mostrado pouco poder de reação. Na derrota para o Santos no domingo, o time sofreu o gol aos 28 minutos do primeiro tempo e não conseguiu buscar o resultado.
A última vitória de virada foi o 2 a 1 sobre o Criciúma, no dia 22 de outubro do ano passado, pela 36ª rodada da Série B. A temporada 2022 também foi de dificuldade nesse sentido: antes do Criciúma, o Vasco só havia conseguido virar no 3 a 2 sobre o Operário, fora de casa.
Da última virada até aqui, foram 23 jogos - em 10 deles o Vasco não sofreu gols. No restante, quando saiu atrás no placar, o teto da reação foi conseguir o empate, como no 1 a 1 com o Coritiba na semana passada. Nas duas partidas da semifinal do Carioca, o time ficou atrás do Flamengo, igualou, mas em seguida sofreu os gols que decretaram as derrotas.
Jogos em que o Vasco ficou atrás no placar em 2023
Mas, afinal, por que o Vasco não consegue virar as partidas?
Falta confiança
Para superar um momento de adversidade, é preciso ter a força mental em dia. Mas o elenco atual, ainda que montado praticamente do zero no início do ano, por vezes precisa lidar com sequelas de temporadas anteriores, como a desconfiança e a falta de paciência da torcida.
Na derrota para o Santos no domingo, Barbieri reconheceu que o gol sofrido aos 28 minutos do primeiro tempo mexeu com a equipe: "Até tomar o gol, o Santos não tinha feito nada. A gente se perdeu, sentiu o peso do gol".
Time se desorganiza
Em jogos recentes, como nas derrotas para Bahia e Santos, faltou repertório para que o Vasco pudesse reagir. São poucas as jogadas trabalhadas de pé em pé, que envolvem a defesa adversária, ao mesmo tempo em que são muitas as tentativas de bolas longas e cruzamentos na área.
Contra o Peixe, foram ao todo 50 tentativas de cruzamento, o que facilitou a vida da defesa adversária. Pedro Raul tem levado pouca vantagem nessas circunstâncias.
Faltam peças
Chegamos talvez ao principal ponto, ao menos no que diz respeito à atual temporada. Quando sofre o primeiro gol, o Vasco às vezes precisa encontrar no banco a solução para mudar o rumo da partida, mas são poucas as opções. Ainda é um elenco carente em algumas posições.
Erick Marcus foi um dos responsáveis pela reação contra o Coritiba, mas tem 19 anos e dificilmente vai decidir toda vez que for a campo. Orellano também tem respondido bem quando acionado no segundo tempo. No mais, as alternativas ofensivas costumam ser Figueiredo, Eguinaldo, Rwan Cruz, Carabajal...
Capricho
Superados os pontos anteriores, o Vasco costuma esbarrar na falta de capricho na hora de concluir as jogadas. Contra o Fluminense no Carioca, por exemplo, a equipe de Barbieri foi melhor e teve as principais chances, mas foi derrotada por 2 a 0. Contra o Santos, a pressão até o final, com defesas importantes do goleiro São Paulo, não foi o suficiente para empatar a partida - que dirá para virar.