A asfixia financeira do Vasco chegou ao ponto em que o presidente Alexandre Campello não conseguiu cumprir com o plano de não pegar mais empréstimos este ano. A necessidade de fluxo de caixa a curto prazo, para arcar com compromissos básicos, esmurrou à porta, escancarada pela pedida vultuosa: R$ 30 milhões, em caráter de urgência.
A ideia da diretoria é colocar as cotas de TV como garantia. Desde que assumiu o Vasco, Campello já pegou R$ 38 milhões do Banco BMG, conforme mostra o primeiro balanço financeiro de sua gestão. O dirigente também já recorreu a empréstimos na casa de R$ 14 milhões do agente Carlos Leite.
O tempo joga contra a atual gestão. No próximo dia 5 o clube completará três meses de salários atrasados e, a partir disso, o risco de atletas entrarem na Justiça do Trabalho para se desvincularem do clube aumentará substancialmente. A temporada ainda está na metade e o número de partidas disputadas no Brasileiro permite que um dissidente seja inscrito para defender para outra equipe da Série A.
O presidente tenta acelerar o processo ao máximo. Na segunda-feira, acionou tanto o Conselho de Beneméritos quanto o Conselho Deliberativo para que sejam convocadas reuniões urgentes. Nelas, pretende explicar a necessidade do dinheiro e ter o aval dos poderes para que o empréstimo seja obtido o quanto antes.
Silvio Godoi, presidente do Conselho de Beneméritos, tende a ser aliado e não deve ser um obstáculo, tanto que já convocou sessão para sexta-feira. Já Roberto Monteiro, presidente do Deliberativo, é adversário voraz e tem nas mãos a chance de dificultar ainda mais a vida de Alexandre Campello.