Os pouco mais de seis mil torcedores que foram ao estádio de São Januário nesta quinta, além do frio, tiveram que encarar um jogo ruim. O pouco ousado Guarani conseguiu uma vitória de 1 a 0 sobre um Vasco sem inspiração alguma. Roger marcou nos acréscimos. Revoltada, a torcida cruzmaltina chamou o time de \"sem vergonha\" e gritou \"ão, ão, ão, Segunda Divisão\", além de pedir que a diretoria contrate reforços para a sequência do Campeonato Brasileiro.
Com o resultado, Bugre pulou para nove pontos e agora é o sétimo. A equipe da Colina permaneceu com cinco e, na 19ª posição, segue na área da degola.
No próximo domingo, às 16h (de Brasília), o Vasco vai até a Vila Belmiro encarar o Santos. No mesmo dia, às 18h30m, o Guarani recebe o Grêmio Prudente no Brinco de Ouro. Será a última rodada antes da parada para a realização da Copa do Mundo.
Muita vontade e pouca inspiração
Na véspera do jogo, o técnico Celso Roth avisou que o Vasco precisaria se impor dentro de sua casa para conseguir a vitória. E foi isso que o time da Colina tentou desde o apito inicial do árbitro. A primeira boa jogada de ataque aconteceu aos seis minutos. Philippe Coutinho deu ótimo lançamento para Elton, que ficaria de cara para o gol se não fosse o goleiro Douglas, que se antecipou e tirou o perigo com os pés. Fechado no campo de defesa, o Bugre se limitava a chutões na direção de Roger e Mazola, que tinham dificuldade contra os defensores cruzmaltinos.
Apesar da falta de criatividade no meio de campo, o Vasco tentava pressionar na base da vontade. As jogadas saiam, na maioria das vezes, quando passavam pelos pés de Philippe Coutinho. Aos 16 minutos, o meia-atacante cobrou escanteio e o zagueiro Fabão cabeceou contra seu gol. Douglas tentou afastar, a bola acertou o travessão e saiu. Após o novo escanteio, Elton desviou de cabeça e Nilton por pouco não colocou para o fundo do gol.
Aos 22 minutos, o Guarani assustou em uma bobeada de Fernando Prass. Depois da cobrança de escanteio, o goleiro soltou a bola dentro da pequena área, perto de Fabão, que, desequilibrado, não conseguiu fazer a conclusão. Aos 30 minutos, o Bugre voltou a mostrar que não estava morto no jogo. Nilton errou na saída de bola, Renan puxou o contra-ataque e tocou para Baiano. O camisa 10 mandou uma bomba e quase acertou o ângulo do Vasco.
A última boa trama de ataque do Vasco na primeira etapa foi aos 33 minutos. Philippe Coutinho recebeu na direita e cruzou na direção de Elton, mas Douglas dividiu com o atacante vascaíno e impediu o gol. Os donos da casa foram para o vestiário com Dodô no lugar de Elton, que saiu machucado. A torcida vaiou o time e pediu mais disposição.
Jéferson perde a melhor chance da partida
Logo no início da segunda etapa, aos quatro minutos, o Vasco irritou os torcedores novamente. Dentro da área, Dodô bateu prensado e a bola sobrou para Philippe Coutinho, que chutou cruzado. De cara para o gol, Jéferson colocou a cabeça na área e mandou por cima da meta. Chance incrível desperdiçada.
Aos 11 minutos, foi a vez do Bugre mostrar suas armas. Baiano cobrou na medida para Renan, que, livre na pequena área, mandou à direita do gol. O Vasco voltou a ameaçar aos 18 minutos. Élder Granja fez boa jogada pela direita e cruzou na entrada da área para Philippe Coutinho. O meia-atacante arriscou, a bola pegou na defesa e quase enganou o goleiro Douglas.
Vendo a dificuldade do Vasco de se organizar no ataque, o Guarani passou a se arriscar um pouco mais para tentar surpreender o adversário. Aos 25 minutos, Moreno aproveitou um rebote da zaga e, após desviar, a bola passou rente à trave direita. Perto da reta final da partida, o Gigante da Colina ensaiou nova pressão. Aos 42, Léo Gago bateu falta da entrada da área e errou por pouco.
Aos 42, na última grande chance do Vasco: Philippe Coutinho entrou driblando em velocidade na área do Guarani e tocou na saída do goleiro. Mas errou.
O castigo veio nos acréscimos. Fabinho cruzou da esquerda, Roger aproveitou falha de Cesinha, dominou e tocou na saída de Fernando Prass
Assim que o jogo acabou, alguns torcedores entraram em confronto com policiais militares, mas o princípio de confusão foi logo controlado.