O lema “Eu escolhi acreditar”, criado pela torcida, pode até ser bonito. Mas, a cada rodada, fica mais difícil para o torcedor crer na reação. Nem o vascaíno mais pessimista poderia imaginar que o time voltaria da capital gaúcha com a maior goleada sofrida em sua história no Campeonato Brasileiro. Os 6 a 0 desta quarta para o Internacional já se transformaram no símbolo de uma campanha vergonhosa.
Estacionada nos 13 pontos, a equipe vê a conta para escapar da Série B ficar ainda mais complicada. Precisa vencer 11 das 16 partidas que restam. O próximo compromisso será contra o Atlético-MG, sábado, no Maracanã. E o torcedor já não sabe se ainda torce pela vitória ou se se conforma em esperar que não haja nova humilhação.
Diante do atual cenário, outra matemática entra em cena: a de quando o rebaixamento será consumado. A continuar esse ritmo, o time pode não depender mais de suas próprias forças ainda em setembro, no jogo contra o Flamengo — ironia das ironias, o único rival que tem dado alegria.
— Não pode acontecer de novo, de jeito nenhum. Precisamos ter reação muito rápida para que a gente sonhe com dias melhores — afirmou o técnico Jorginho.
Vexame maior do que o vivido atualmente é difícil de imaginar. Após a oitava partida sem vitória e a quinta derrota seguida no Brasileiro, o Vasco só não caiu na tabela porque já é o último colocado. É a terceira pior campanha da história do torneio no atual formato até a 22ª rodada, à frente apenas do América-RN em 2007 e do Náutico, em 2013.
— Dói muito — limitou-se a dizer Nenê.
Dói ainda mais no torcedor, que não sabe o que é gritar “gol” no Brasileiro há 38 dias e não celebra uma vitória no torneio há 45 dias. Os números, aliás, só servem para lembrá-lo de como a diretoria está perdida. Num time que acertou esta semana com seu 11º atacante, foram míseros oito gols marcados. Em compensação, são 41 sofridos, quase dois por partida.
Nesta quarta à noite, a média foi de um a cada 15,6 minutos. Os colorados atropelaram sem fazer esforço. Enquanto o presidente Eurico Miranda acumula frases de efeito e acha que mantém o respeito com elas, o torcedor coleciona humilhações.