A diretoria do Vasco prevê um aumento significativo de receita para 2020 baseada no crescimento do seu sócio-torcedor que deve render R$ 44 milhões. Com isso, o valor da arrecadação do clube é estimado em R$ 324 milhões, apesar de o clube mante uma despesa baixa com o futebol. Esses dados estão no orçamento vascaíno para 2020, mas é preciso ressaltar que há dificuldades para atingir esse montante total.
O principal crescimento de receita previsto é no sócio-torcedor, este é completamente plausível com a explosão de associados no final de 2019. Agora, o clube conta com 184 mil sócios-torcedores. Com isso, a receita prevista para 2020 é de R$ 44 milhões com o programa gigante, e outros R$ 4,6 milhões com membros do quadro social. Em comparação, o Vasco deve acabar 2019 com entre R$ 16 milhões e R$ 17 milhões de receita de associados. Ou seja cresceria mais de R$ 30 milhões de um ano para outro.
Outros itens de receita também se encaixam na realidade como R$ 117 milhões por direitos de transmissão e R$ 20 milhões a serem ganhos com bilheteria, e R$ 24 milhões com patrocínios.
Mas há dois pontos que geram dúvida: uma previsão de R$ 22 milhões com doações para o CT do Vasco, sendo que o clube já obteve R$ 3 milhões com a torcida. Só se o clube engatilhar uma parceria que viabilize esse dinheiro. De qualquer maneira, isso não teria impacto nas contas porque, se o dinheiro não entrar, o clube não conclui o CT. Outro ponto é uma previsão de R$ 64 milhões em direitos federativos e mecanismo de solidariedade. Esse último ponto foi questionado pelo Conselho Fiscal em parecer, como o Vasco poderia prever receber por negociações das quais não participa.
Com essas estimativas, o Vasco prevê a receita de R$ 324 milhões que superam todos os anos anteriores. O recorde do clube é de 2018 com R$ 260 milhões por conta da venda do atacante Paulinho. Na atual temporada, sem vendas significativas, o clube deve fechar abaixo de R$ 200 milhões.
Apesar do aumento de receita, o Vasco deu uma segurada nas estimativas de gastos. A folha salarial está prevista em R$ 24 milhões, com mais R$ 9,1 milhões em direitos de imagem. Há ainda previsão de R$ 5 milhões para comissão técnica e administrativo do futebol (o técnico Abel Braga, contratado, é caro).
Somado tudo, seria uma folha pouco superior a R$ 3,3 milhões por mês. O blog do Mauro Cezar Pereira publicou as folhas salariais dos clubes de 2019 e vascaína era justamente R$ 3,3 milhões, só quem sem os direitos de imagem. O custo total da atividade esportiva é R$ 86 milhões. Também não há previsão de grandes investimentos com transferências de jogadores, com um total de R$ 4,6 milhões.
Com isso, o Vasco projeta um grande superávit de R$ 154 milhões. Esse valor de sobra é usado essencialmente para sobrar dinheiro para abater dívidas. O clube, por exemplo, tem que quitar valores em aberto de imposto em novo acordo feito com a procuradoria Geral da Fazenda para obter sua regularidade fiscal.