O Vasco viu um crescimento em suas receitas em bilheteria, programa de sócio-torcedor e marketing em 2019, mas a falta de entradas referente à venda de atletas fez o clube ter uma queda inesperada em seus ganhos no ano passado.
Se em 2018 o Cruz-Maltino embolsou cerca de R$ 76 milhões apenas com o adeus de Paulinho rumo ao Bayer Leverkusen, da Alemanha, na última temporada o único negócio relevante para o caixa foi a ida do meia Evander, negociado com o Midtjylland, da Dinamarca, que gerou R$ 10,7 milhões.
Para um clube asfixiado economicamente, vender é uma das principais saídas. Sem isso, o Vasco teve receita bruta 17% menor no último exercício — R$ 215 milhões contra R$ 261 milhões de 2018.
"Estamos tentando negociar direitos de transmissões, tentando suspender pagamentos... O trabalho tem sido exaustivo, e a gente espera que gere frutos o mais rapidamente possível", disse o presidente Alexandre Campello, em entrevista no último dia 29, após ser questionado sobre ações da diretoria para que o clube tenha fôlego financeiro.
Ante este cenário e a paralisação causada pela Covid-19, o Cruz-Maltino fatalmente terá de fazer caixa com algum garoto da casa e isso é admitido internamente. O atacante Talles Magno, que se recupera de lesão no pé esquerdo, é a bola da vez, mas o também atacante Marrony, o volante Andrey e o zagueiro Ricardo Graça também podem ajudar a injetar recursos em São Januário.
O déficit no último exercício foi de R$ 5 milhões, mais uma razão para lucrar no mercado da bola. De acordo com orçamento aprovado para 2020, o Vasco prevê o ingresso de R$ 46 milhões com venda de direitos.
A dívida líquida saltou de R$ 640 milhões para R$ 676,8 milhões, enquanto a bruta subiu de R$ 642 milhões para R$ 709 milhões. O clube alega que este salto se deve ao alongamento do prazo de compromissos.