Amigos, amigos, negócios à parte. O velho ditado vale nesta quarta-feira para o primeiro duelo nas quartas de final da Copa do Brasil entre Vasco x Corinthians. Mas a expressão nada tem a ver com os ex-vascaínos Ramon e Elton, hoje no Corinthians. Entre os três novos patrocinadores na camisa vascaína, constam uma empresa de petróleo e óleo, uma de lâmpadas eletrônicas e a dupla sertaneja Henrique e Diego. Autores de novos sucessos como \"Aqui tá tudo tois\", que já conquistou até Neymar, a maior curiosidade vem do coração futebolístico dos cantores: um é flamenguista e o outro é corintiano.
Empresariados por Eduardo Maluf, dono da agência de marketing esportivo e de outra de eventos, a dupla coloca os pés para se apresentar no palco do Villa Mix, em São Paulo, assim que a primeira batalha entre vascaínos e corintianos chegue ao fim, à meia-noite.
- Para a gente é demais, nos sentimos fazendo história aparecendo assim na camisa do Vasco. Mas, vou falar a verdade, sou corintiano roxo. Ao mesmo tempo vou ficar feliz por estar na camisa do Vasco, mas ansioso pelo meu time - confessou Diego, que entregou o amigo de dupla e brincou. - O Henrique é Flamengo. Então vai estar todo mundo torcendo para o Corinthians, mas de olho no Vasco.
Diego Barros da Silva e Luiz Henrique Teixeira são nascidos no Mato Grosso do Sul e formam a dupla sertaneja há 10 anos. Outras músicas do repertório são Zuar e Beber, Canudinho, que tem os versos \"Por você eu bebo o mar de canudinho e atravesso o polo norte de shortinho\", e Aqui Tá Du Karaio.
Mas nem todo mundo na casa de Diego é vascaíno. O pai, seu Dervande, já pediu a camisa com o nome do filho.
- A minha mãe é corintiana, mas meu pai e meu avô são vascaínos. Eles também vão gostar muito - explicou o cantor.
Pé-frio?
Não é a primeira vez que a dupla Henrique e Diego estampa camisa em partida contra o Corinthians. A coincidência ingrata para o Vasco é que da outra vez foi em amistoso em 2008 contra o time ainda dirigido por Mano Menezes: 2 a 0 para Timão contra o Misto, em jogo realizado no estádio José Fragelli, o Verdão em Cuiabá. Pelo jogo, o Corinthians teria recebido R$ 250 mil e o adversário R$ 120 mil. Somados ainda a placa de publicidade e o espaço na camisa com o nome da dupla Diego e Henrique, mais R$ 150 mil, segundo estimativas. Sendo R$ 100 mil nas placas e R$ 50 mil na camisa.
- Mas para o Mixto o valor foi um pouco menor - explicou Maluf, por telefone ao Jogo Extra. - Esse jogo, para mim, é uma final antecipada. Acredito que nenhum outro jogo da Libertadores vai ter a mesma audiência.
A empresa de Eduardo Maluf também usou outra dupla, Maria Cecília e Rodolfo, em outros jogos, até em eliminatórias de Copa do Mundo. No Brasil 0 x 0 Bolívia, no Engenhão, havia placas da antiga dupla empresariada, assim como na magra vitória de 1 a 0 sobre a Estônia, em amistoso de 2009, ainda com Dunga.
Na Copa do Brasil de 2009, o Fortaleza e o Coritiba usaram o nome da dupla Maria Cecilia e Rodolfo na camisa. O time cearense foi eliminado pelo Flamengo (3 a 0 no Castelão), enquanto o Coxa parou no Internacional nas semifinais. E o campeão da competição foi o... Corinthians, de Ronaldo.